
Uma das famílias polígamas da comunidade religiosa de Hildale. A foto foi tirada em 2008.Getty
A canadense Twyla Quinton tinha 16 anos quando, no outono de 1997, aceitou casar-se com um homem cinco anos mais velho que ela e que mal conhecia. Dois anos antes, aos 14, conseguiu recusar um arranjo matrimonial parecido graças à cumplicidade de sua mãe, que concordava que Twyla era ainda jovem demais para se casar.
O matrimônio entre a adolescente e o jovem adulto foi realizado em 31 de outubro, véspera do do Halloween, em Bountiful, uma colônia mórmon de 600 habitantes, em Columbia Britânica (Canadá), onde Twyla havia crescido. A identidade de seu marido lhe foi revelada algumas horas antes. Tratava-se de um vizinho com quem havia cruzado algumas vezes, mas com quem havia tido pouco contato.
Embora a legislação canadense rechace casamentos forçados, Twya casou-se por vontade própria e o fez já com a idade legal de consentimento, que naquela época era fixada em 14 anos (o Canadá a elevou para 16 em 2008). O irregular aconteceu dois anos depois. Desta vez, instigado por Twyla, que já havia tido seu primeiro filho.
A jovem mãe pediu a Winston Blackmore, líder da comunidade, que permitisse que seu marido e ela ampliassem a família com uma nova esposa. A candidata era April, meia-irmã mais nova de Quinton, filha de uma mãe diferente e do mesmo pai.
“Crescemos juntas e me pareceu perfeitamente natural que compartilhássemos um marido e criássemos nossos filhos juntas”, explica Twyla ao site Vice.
No entanto, o novo acordo matrimonial, autorizado sem problemas por Blackmore e consumado no inverno de 2000, entrava em conflito com o código penal canadense, que em seu artigo 293 proíbe, de maneira explícita, a prática da poligamia.
Twyla, seu marido e sua irmã-esposa, passaram a fazer parte de um modelo de família que seu país considera fora da lei.
Um detalhe que eles ignoravam e que não tem a menor importância enquanto continuassem morando em Bountiful, oásis polígamo em que a acumulação de esposas é normal e frequente.
O líder religioso Warren Jeffs durante o julgamento em que foi acusado de interceder em matrimônios homens adultos com garotas menores de idade. Foi em Las Vegas, em 2006.Getty
Os problemas chegaram anos depois, quando a família decidiu se mudar para outro município, a apenas meia hora de estrada da colônia mórmon. Naquela época, em 2006, a aprazível Bountiful havia se convertido no epicentro de um escândalo midiático de grandes proporções.
Acabava de ser descoberto que, durante anos, essa população de 600 habitantes havia sido o ponto de origem de uma ilegal caravana de mulheres.
50 meninas canadenses de 12 a 17 anos haviam sido enviadas ao sul da fronteira, às cidades americanas de Hildale, Eldorado e Colorado City, para se casar, contra suas vontades, com homens muito mais velhos do que elas, como o líder mórmon Warren Jeffs e outros líderes destacados de sua comunidade.
Entre as vítimas desta rede de contrabando de menores, estavam as duas filhas de 14 e 13 anos do patriarca de Bountiful, o citado Winston Blackmore, que foi acusado de tráfico de escravos e cumplicidade com delito continuado de abuso infantil.
Para Twyla Quinton, o escândalo de Warren Jeffs e seu profundo impacto em Bountiful marcaram o ponto de inflexão que a levou a romper com sua igreja, sua comunidade e grande parte de sua família. Não quis, porém, renunciar ao seu casamento a três e a seus filhos.
Em 2009, Twyla convenceu seu marido da conveniência de deixar para trás a atmosfera viciada de Bountiful, a matricular seus filhos (tem quatro, dois de cada) em uma escola pública, mais moderna e diversa, e a começar uma nova vida à margem da comunidade.
“Quando nossos filhos explicaram na escola que tinham duas mães, todo mundo presumiu que éramos um casal de lésbicas”, conta Twyla, à Vice, “o que despertou a curiosidade, mas não um declarado repúdio”.
O repúdio veio depois, ao descobrirem que Twyla e sua irmã não eram amantes, mas exiladas da comunidade mórmon do sul do estado, e faziam parte de uma relação polígama. Ou seja, que o seu modelo de convivência não era avançado, mas um atavismo próprio de uma facção religiosa de mentalidade pré-moderna.
Vários empresários locais aos quais Twyla pediu emprego chegaram a dizer que não poderiam contratá-la porque, ao manter sua relação matrimonial, estava cometendo um delito.
Pela primeira vez, Twyla ponderou que, não apenas seu marido, mas também sua irmã-esposa e ela mesma estavam violando a legislação canadense e corriam o risco de acabar atrás das grades.
A poligamia só é legal em 58 dos 200 estados soberanos do planeta. Está completamente proibida e perseguida judicialmente em todos os estados da União Europeia, inclusive na Espanha, e em todo continente americano. Há países que a toleram ou não a condenam ativamente, como a Rússia, mas ela só é completamente legal em alguns estados africanos e asiáticos, de maioria muçulmana.
Mulheres e seus filhos são evacuados, em 2008, do YFZ Ranch, em Eldorado (Texas), uma comunidade religiosa de 700 pessoas. Foi depois das acusações de conduta criminal sobre seu líder, Warren Jeffs. Em 2014, o estado do Texas tornou-se proprietário do terreno.Getty
No Canadá, a raiz do escândalo da rede de jovens esposas de Bountiful, a Suprema Corte de Justiça da Columbia Britânica decidiu, em 2011, que proibir e processar ativamente a poligamia é compatível com a constituição canadense.
Segundo o jurista Robert Bauman, isso se deve ao fato de se tratar de uma prática comum em comunidades religiosas “fortemente patriarcais” e, portanto, as mulheres que participam de relações polígamas fazem isso, na maioria dos casos, “coagidas pelo seu entorno e não em condições de verdadeira liberdade”.
Bauman argumenta também que penalizar essa prática e persegui-la de forma oficial é a única maneira de a sociedade se manter vigilante e de proteger as vítimas, “porque elas, ao estarem imersas em comunidades religiosas que aprovam a poligamia, muito dificilmente denunciarão sua situação”. No caso das irmãs Quinton, a decisão de seguir adiante com seu modelo de convivência a três, depois de deixar Bountiful para trás e se soltar das amarras da comunidade mórmon, propõe um explosivo debate.
Twyla reconhece que, no começo, foi uma relação polígama, fruto de um matrimônio de conveniência instigado por líderes religiosos. No entanto, em sua opinião, acabou convertendo-se em um pacto de convivência livre entre mais de duas pessoas.
Algo não muito distinto de um trio ou uma relação poliamorosa (ter mais de uma relação simultânea e tolerada com várias pessoas), que não são perseguidas nos mesmos países que perseguem a poligamia.
“Em um sentido formal”, segundo aponta o jurista canadense Tom Dickson, “o que converte em delito a poligamia, como ela é praticada pelos mórmons, é a existência de uma cerimônia em que esse pacto de vida se faz público”.
Para Twyla, “a essa altura, ninguém mais processa um adúltero ou um homem que tenha duas famílias”. O que se penaliza, no caso da poligamia, é torná-la oficial. Sair do armário.
Cartazes distribuídos pelo FBI antes de o líder religioso Warren Jeffs ser preso. A polícia o prendeu em 2006, em Nevada, em um semáforo.Getty
Embora sua união poligâmica seja ilegal, é muito improvável que seja presa. As autoridades do Canadá só prendem adultos mórmons casados com menores de 16 anos. Na prática, a lei contra a poligamia é constitucional e não se revoga, mas tampouco se aplica de maneira estrita. Twyla, no momento, continua vivendo em trio.
Além das considerações legais, para a escritora e jornalista peruana Gabriela Wiener, “poligamia e poliamor são diametralmente opostas, mesmo que possam ter semelhanças superficiais em algum caso concreto”.
Wiener relatou sua própria relação poliamorosa em seu livro Chamada perdida (Malpaso Ediciones) e dedicou uma crônica ao polígamo Ricardo Badani e suas esposas em Sexografías (Melusina). “A chave está em até que ponto falamos de uma relação livre e simétrica.
Na poligamia, tudo gira em torno das relações sexuais e afetivas do homem, com as mulheres implicadas sendo muito complacentes e submissas. No poliamor, ao contrário, há (ou deveria haver) verdadeira liberdade e simetria”.
Wiener lembra como a convivência com o polígamo Badani era “confortável e mais ou menos plácida para suas esposas, que se sentiam como irmãs e aliadas na tarefa de cuidar do seu homem, que, por sua vez, cuidava delas”.
Um cenário, segundo o descreve, não muito diferente da série Big Love, que aborda frontalmente (e com verossimilhança e sensatez) as contradições que atingem as mulheres mórmons do século XXI, imersas em uma relação polígama.
Mas, como a própria Wiener pontua, “chegar a um certo ponto de equilíbrio e comodidade não quer dizer que estamos falando de uma relação sã e livre. E, portanto, algo assim não tem nada a ver com o poliamor”.
No caso de Twyla Quinton, Wiener afirma: “Poderíamos estar falando de uma relação poliamorosa superveniente se, entre elas, houvesse atração sexual ou amor romântico.
Ao obviamente não ser este o caso, o que temos é um modelo de convivência atípico, tão afastado do poliamor quanto a forma mais tradicional de poligamia e que, em todo caso, desperta curiosidade e merece respeito”.
Para a escritora e ativista do poliamor Juliette Siegfried, uma relação poliamorosa é aquela em que “se aceita a diversidade sem se perguntar qual é a regra, não se conta mentiras e se convive sem dramas”.
Algo parecido ao que Twyla Quinton acreditar ter, hoje com 36 anos, depois de ter dado as costas aos aspectos mais tóxicos e opressivos da comunidade em que cresceu para ficar com o essencial: as pessoas que importam para ela.
Nova lei descriminaliza poligamia no estado de Utah, nos EUA
A Assembleia Legislativa do estado de Utah, nos EUA, aprovou uma lei que descriminaliza a poligamia. Mais especificamente, a lei muda a categorização da poligamia de crime para “infração”, comparada a uma infração de trânsito. Líderes das comunidades polígamas do estado protestaram contra a aprovação da lei.
Uma das justificativas para a aprovação da lei foi a de “tirar as comunidades polígamas da sombra”. Explica-se: os líderes dessas comunidades usavam a antiga lei, que criminalizava a poligamia, para manter os integrantes de famílias polígamas sob rédeas curtas. Isto é, pregavam que se fossem à Polícia para delatar outros crimes, teriam de admitir que eram polígamos e, portanto, seriam presos e processados.
A nova lei criou um mecanismo semelhante ao da delação premiada, que garante proteção a quem delatar crimes cometidos na comunidade. E também aumentou de cinco para 15 anos a pena máxima para determinados crimes cometidos dentro das comunidades, que hoje são compostas por cerca de 30 mil pessoas só no estado de Utah. Há mais em outros estados.
- Entre os crimes que poderão ter penas aumentadas estão violência doméstica, abuso infantil, casamento com menores, casamento coagido, abuso sexual, tráfico sexual, tráfico humano, contrabando humano e fraudes em geral — especialmente as fraudes contra os programas governamentais de assistência social.
- Enfim, a lei foi criada para combater o crime, porque essa é a função da delação premiada, segundo o entendimento dos parlamentares que a criaram.
- Embora a poligamia tenha sido praticamente descriminalizada, porque a Promotoria do estado não pretende processar ninguém por isso, a bigamia continua categorizada como crime, como é em todo o país.
- A diferença entre poligamia e bigamia é explicada nos EUA da seguinte maneira: a poligamia é uma relação entre um homem e duas ou mais mulheres que vivem consensualmente uma vida conjugal, sob o mesmo teto e ao mesmo tempo, o que significa que todos aprovam a situação; a bigamia, por sua vez, ocorre quando um homem mantém relações tipicamente conjugais com duas ou mais mulheres, sem que elas saibam umas das outras, ou que saibam mas não a consentem.
Muita gente pensa que a poligamia é uma prática comum entre os mórmons. Mas não é. Há uma disputa de muito tempo entre os mórmons e os mórmons fundamentalistas, todos ligados à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, sobre isso.
Os mórmons criaram a prática em 1852, mas a abandonaram em 1890, segundo a Wikipédia. Os chamados grupos de mórmons fundamentalistas a mantiveram. Os mórmons proíbem a poligamia e parlamentares mórmons estão entre os defensores da nova lei, segundo o Daily News.
Os mórmons fundamentalistas sustentam a pregação de que o “casamento pluralista” é uma bênção divina. O homem pode ter uma esposa oficial e múltiplas “esposas espirituais”. Pregam que essa crença garante exaltação no céu, de acordo com o legado inicial de sua igreja.
Na criação da família pluralista, os mórmons fundamentalistas usam de um artifício para atribuir o sobrenome da família a todas as mulheres.
Um homem se casa com a primeira mulher e, depois de algum tempo, se divorcia. Mas ela mantém o sobrenome. Depois se casa com a segunda mulher, lhe dá o sobrenome, e se divorcia.
Ela também mantém o sobrenome. Depois se casa com a terceira… e assim por diante.
Aprenda tudo sobre a poligamia na Bíblia: Antigo e Novo Testamento
- Este estudo bíblico te levará entender um pouco da origem da Poligamia na Bíblia e na história da humanidade, e por que Deus a “permitiu” no Antigo Testamento.
- A poligamia é o casamento de um homem com mais de uma mulher, ou vice-versa, ou seja, é aquele relacionamento conjugal de um homem com duas esposas ou mais.
- Em primeiro lugar é importante saber que Deus não permitia aos homens de seu povo que praticassem a poligamia, pois desde a criação do homem este não era o padrão que Ele estabeleceu, o que veremos mais adiante neste estudo.
- Veja, por exemplo, esta ordem que Deus deu, através de Moisés, aos hebreus que haviam saído do Egito e estavam começando a formar a nação de Israel.
Tampouco multiplicará esposas para si mesmo, para que seu coração não se desvie; nem multiplicará grandemente para si prata ou ouro. (Deuteronômio 17:17 KJF)
Mas então por que permitiu que vários homens na Bíblia tivessem mais de uma esposa?
Ao longo deste estudo veremos que não se trata de uma permissão, mas sim de tolerância devido a certos problemas humanos; continue lendo para entender tudo.
o qual, nos tempos passados, deixou andar todas as nações em seus próprios caminhos. (Atos 14:16 KJF)
O primeiro registo da poligamia na Bíblia está em Gênesis 4:19, quando Lameque toma para si duas esposas
estudo sobre poligamia na bíblia – imagem ilustrativa
Lameque era da 5ª geração de Caim. Ora, podemos calcular que ele pode ter se casado com estas duas mulheres, e assim ter dado início à poligamia na Bíblia, cerca de 400 anos depois de Caim.
Logo, subentendesse que até esta ocasião o casamento era monogâmico, ou seja, acontecia somente dentre um homem e uma mulher; este era o costume comum, de acordo com o padrão que Deus trouxe até Adão, ainda no Jardim do Éden (Gn 2:22-24).
Até a época em que Noé teve seus três filhos, que eram Sem, Cam e Jafé (Gn 5:32), a terra já era extremamente populosa (conforme podemos constatar em Gênesis 5 só olhando a descendência de Sete, filho de Adão e Eva, sem contar a descendência de Caim que muito provavelmente é a relatada em Gênesis 6:1-2 – e nesta época já se começava a praticar a promiscuidade, fornicação e todo tipo de imoralidade sexual, além do desprezo a Deus – Gn 6:5).
Logo, o costume de possuir mais do que uma esposa chegou ao tempo dos filhos de Noé (as noras de Noé também poderiam ser descendentes de Caim, mas não estou afirmando)
- Logo, a poligamia, de certa forma, voltou a ser praticada por algum(ns) dos descendentes de Noé e/ou descendentes de seus filhos depois do dilúvio (muito provavelmente pelos descendentes de Cam, pois ele foi o pai dos cananeus – habitantes de Canaã (Gn 9: 18, 22; 10:6-19) – de onde vinham as nações pagãs que cultuavam vários deuses com seus cultos promíscuos, cheios de banquetes com orgias, e cheios de imoralidades).
- O casamento poligâmico então continuou a ser praticado por algumas nações (como até hoje algumas ainda praticam), e isto estendeu-se até o tempo de Abraão, dos reis de Israel, e ainda mais adiante.
- Deus permitiu/tolerou a poligamia até certo ponto na lei antiga porque muitos já tinham-na como costume de sua cultura, então Ele não a eliminou por completo naquele instante (por alguns possíveis motivos que veremos mais abaixo), mas estabeleceu leis para que os que viviam na poligamia não sofressem ou fizessem injustiças (Deuteronômio 21:15-17).
2 Motivos por que Deus permitiu a poligamia em Israel
A Bíblia não deixa tão claro por que Deus permitiu a poligamia no Antigo Testamento (ou porque Ele a tolerou), por isso o que podemos fazer é chegar a conclusões analisando as informações que já temos em mãos, então seguem alguns possíveis motivos:
- O número de mulheres sempre foi maior que o de homens ao longo da história da humanidade, e como as guerras frequentes dos tempos antigos sempre deixavam muitos homens mortos, era aceitável que um homem tivesse mais de uma esposa, o que é, de certa forma, justificável no motivo 2, logo abaixo;
- Nas sociedades antigas as mulheres solteiras não tinham acesso à educação e a empregos, por isso dependiam totalmente de seus pais, maridos e/ou irmãos para terem sustento; se não fosse isso o único jeito era recorrer à prostituição ou escravidão para continuarem a sobreviver.
- A poligamia não era o ideal, mas viver em um lar onde um homem tem pelo menos duas esposas seria melhor do que sujeitar-se à prostituição ou escravidão, pois a poligamia não era tida como uma coisa suja, como muitos pensam, mas o marido que tinha mais de uma esposa tinha o dever de sustentar a todas por igual.
- A poligamia então é uma consequência das escolhas erradas do ser humano, de suas cobiças, das disputas e guerras e obsessão por poder, assim como da discriminação antiga para com as mulheres, que, de certa forma, eram desprezadas do meio social/político.
- Logo, podemos concluir que Deus tolerou a poligamia no Antigo Testamento dentre o seu povo para poupar a vida e a integridade de algumas mulheres, embora os casamentos polígamos sempre trouxessem problemas entre as esposas; em muitos casos as esposas dificilmente estavam unânimes e em comunhão.
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5 Exemplos em que a poligamia na Bíblia causou sérios problemas:
- Sara, esposa de Abraão, teve sérios problemas com sua serva, Hagar, quando pediu a seu esposo que se deitasse com ela, para gerar um filho que fosse seu herdeiro e lhe desse descendência (Gn 16:1-6; 21:8-11).
- Aliás, este ato que praticamente iniciou a poligamia no lar do patriarca Abraão foi uma demonstração de incredulidade no poder de Deus para dar um filho à Sara, que era idosa e ainda estéril, mas ainda assim Deus lhe deu um filho.
- Isaque e Rebeca, pais de Esaú, tiveram sérios problemas com suas noras, as duas mulheres de Esaú (Gn 26:34-35).
- Lia, a mulher de Jacó, era um tanto desprezada por ele, mesmo depois de ter lhe dado 4 filhos, pois Jacó tinha Raquel como sua esposa favorita.
Repare isto na medida que Lia tem seus filhos e escolhe seus nomes (Gn 29: 31-35);
- Por tais motivos, as mulheres de Jacó viviam em desavenças e disputas entre si; disputavam até mesmo para ver quem ia ter relações com o marido (Gn 30:15-16).
- As mulheres de Elcana viviam em brigas dentre si, uma invejava e provocava a outra (1 Sm 1:1-7).
- As mulheres de Salomão desviaram seu coração do Deus vivo, levando o rei de Israel a adorar outros deuses (1 Reis 11: 1-11);
dentre outros casos.
Ainda assim, a poligamia não era uma ordem de Deus, e nem o Seu padrão, mas uma opção de escolha das pessoas que a praticavam, devido os costumes herdados de seus antepassados ou sua cultura, como já dito.
Mas o antigo pacto, feito por Moisés, foi substituído pelo novo, feito por nosso Senhor Jesus Cristo (ler Hebreus 8: 8-13), e assim a ordem do Espírito Santo é que cada homem tenha uma só mulher, e vice-versa
Devemos entender que vários mandamentos do pacto de Deus feito por meio de Moisés (Antigo Testamento) não tem mais vigor, obviamente incluindo os relacionados à poligamia (Dt 21:15-17).
Do contrário, se todos os mandamentos do Antigo Testamento ainda tivessem vigor nos dias de hoje, teríamos que sacrificar animais no altar para remir nossos pecados, praticar as festas judaicas, matar os feiticeiros, apedrejar os adúlteros (Jo 8:1-11), dar os dízimos judaicos, guardar o sábado, circuncidar-se, etc.
Isto não quer dizer que está liberado praticar a poligamia no Novo Testamento, e por consequência nos dias atuais, muito pelo contrário! Mais à frente entenderemos mais, continue lendo.
Aos reis de Israel, como Davi e Salomão (2 Samuel 12:8 e 1 Reis 11:1-11) foi permitido ter mais do que uma esposa porque os israelitas escolheram possuir um rei para si como as outras nações também tinham (1 Samuel 8:4-17).
Com a escolha dos israelitas, o SENHOR foi desprezado por eles para ser o seu Rei, então, como uma disciplina, Deus deu o rei que eles queriam, mas deu a ele diversos direitos, privilégios e poderes sobre os hebreus. Existe até mesmo um “livro perdido da Bíblia Sagrada” que o profeta Samuel escreveu contendo todos estes direitos (1 Samuel 10:25).
Se quiser saber mais sobre este assunto em específico, leia o estudo A história da Bíblia Sagrada e a polêmica dos livros perdidos.
Dentro de todo este contexto, a poligamia permaneceu em prática até o tempo dos apóstolos, mas ela trouxe consigo os seus problemas (como já tinha antes).
A poligamia no cristianismo não é aprovada por Deus!
De acordo com o que lemos em 1 Coríntios 7:2, o casamento dentre vários parceiros, isto é, a poligamia, dava brecha para a prática da fornicação, prostituição e o adultério, por isso então, neste versículo, o apóstolo Paulo recomendou:
Ainda assim, para evitar fornicação, cada homem tenha a sua própria esposa, e cada mulher tenha o seu próprio marido. (1 Coríntios 7:2 KJF)
Ainda contra a recomendação da poligamia, Paulo diz aos obreiros de Cristo:
O bispo então deve ser irrepreensível, marido de uma esposa, vigilante, sóbrio, de bom comportamento, dado à hospitalidade, apto para ensinar;
Os diáconos sejam maridos de uma esposa e governem bem seus filhos e suas próprias casas. (1 Timóteo 3: 2,12 KJF)
E o apóstolo Paulo diz mais, citando Pedro e os demais apóstolos: Não temos nós poder para levar conosco uma irmã, uma esposa, bem como os demais apóstolos, e como os irmãos do Senhor, e Cefas? (1 Coríntios 9:5 KJF)
Isto tudo indica que o apóstolo Paulo estava voltando ao modelo de Deus para a união matrimonial, que era o casamento monogâmico, o que o apóstolo ensinou também em Efésios 5:22-31.
O modelo correto de casamento que Deus criou para nós é o monogâmico!
E o Senhor Deus disse: Não é bom que o homem esteja sozinho; eu farei uma ajudadora adequada para ele. (Gênesis 2:18 KJF)
De acordo com o relato de Gênesis 2:21-22, Deus trouxe até Adão o modelo/padrão ideal, perfeito e correto de casamento, baseado na parceria e amor do homem para com sua mulher, e da mulher para com seu marido, diante do qual modelo disse Adão:
E Adão disse: Esta agora é osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada Mulher, porque ela foi tomada de dentro do Homem.
Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se apegará a sua mulher, e eles serão uma carne. (Gênesis 2:23-24 KJF)
E o relato da criação do primeiro casal termina dizendo: “E estavam os dois nus, o homem e sua mulher, e não estavam envergonhados.” (Gn 2:25)
Por isso, podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que o casamento monogâmico é o ideal instituído por Deus ao homem (que ao longo da história foi desviando-se do propósito divino pouco a pouco).
Nosso Mestre, o Senhor Jesus, repetiu as palavras de Adão em seu evangelho, e por isso o casamento monogâmico é completamente confiável e defensível dentro das Escrituras Sagradas
Mas desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea.
Por isso deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua esposa.
E eles dois serão uma só carne;
e assim não são mais dois, mas uma só carne.
Portanto, o que Deus uniu, nenhum homem o separe. (Marcos 10:6-9 KJF)
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De MT, homem casado com 2 mulheres diz ter dicas de relacionamento para todos | RDNEWS – Portal de notícias de MT
Há muita curiosidade sobre a vida a três, o chamado poliamor. O mato-grossense Klinger Souza, 34 anos, de Barra do Garças (a 521 km de Cuiabá), sabe bem o que é isso. Há 12 anos, é casado com duas mulheres, embora não tenha certidão formal da união.
A história dele já teve repercussão nacional. Devido a essa experiência incomum, garante que tem muitas dicas a repassar àqueles que enfrentam dificuldades de relacionamento, mesmo a dois.
Afinal, segundo ele, a dois, a três ou até a quatro, as questões que surgem são próprias do ser humano.
Klinger já morou em São Paulo e agora é funcionário do setor de logística de uma multinacional no Rio de Janeiro. Nas horas vagas, atende a convites, já há algum tempo, para palestras, rodas de conversa e bate-papos.
Já foi a universidades, colégios, parques e outras rodas informais. Acredita ter uma missão espiritual, de desmistificar certos mitos e um deles é o de ser impossível ser feliz no poliamor.
Ensinar o que aprendeu, para ele, “é um propósito de vida”, resume.
“Poliamor não é tão diferente assim. Só existem, ao invés de dois, três participantes ou quatro. Mas o fato de dar certou ou não isso está ligado aos mesmos motivos que casais monogâmicos enfrentam”, acredita.
“Nas palestras, surgem muitas dúvidas sobre o poliamor, mas nem sempre novos adeptos. Muita gente conclui: isso não é para mim – e tudo bem.
O importante é que saiam se entendendo melhor, depois de ouvirem o que eu falo, Isso é muito gratificante para mim”.
Ciúmes
Ciúmes, para Klinger, indica que algo está errado. No poliamor, chega a achar estranho. “Se namoro minha esposa, logo eu a amo. Se namoro minha segunda esposa, logo a amo também. Se as duas se amam, então não tem motivos para ciúmes”.
Para vencer os ciúmers, ressalta que é preciso parar de pensar que seremos trocados por outra pessoa. Nem sempre o fim da relação se dá por isso. Boa parte das vezes ocorre por causa de algum problema alheio, como não quer mais namorar no momento ou quer apostar no trabalho, viajar sozinho e diversos motivos.
Na visão dele, as mulheres ainda sentem mais ciúmes. “Isso porque se veem ainda muito ligadas aos homens, muitas não sabem que podem ser solteiras, felizes plenas e maravilhosas”.
O que pensar antes de entrar num relacionamento
O que devo saber antes de começar um relacionamento? – questiona Klinger. Isso vale, segundo ele, para monogâmicos também.
“Nunca entre pelo outro, por vontade do outro e não pelo seu desejo. Esse é um dos piores erros que os casais cometem”, alerta.
No caso do poliamor, abrir para, por exemplo, tentar agradar o marido, achando que assim ele vai continuar no casamento, não garante nada. Trazer a amante dele para dentro de casa, sem que as duas mulheres também queriam se relacionar gera disputa e não harmonia.
“Não vai estar 100% feliz e isso no futuro com certeza trará problema, um término traumático principalmente a quem se sujeitou para segurar o marido No início, tem como suportar, mas chega um momento de explosão”, avisa.
Sexo
Sobre sexo, no relacionamento a três, ele diz que também é errado achar que todas as transas serão em conjunto. Diz ainda que se isso for forçado pode ficar monótono e os três perderem o apetite.
Monogámicos também podem não querer sexo em um dia e no outro sim. Ou um querer se satisfazer sozinho.
O respeito aos desejos, sem paranóias, é a dica do Klinger.
“Primeiro saiba que não tem como controlar sentimentos, eles veem e não tem o que fazer, então é preciso apenas respeitá-los e vivenciar aquele momento. Diante disso, não tem como fechar uma proposta do tipo: só vamos ter sexo a três. Sempre fica cansativo, monótono e rotineiro”.
Para ele, é de grande importância que cada um na relação tenha a sua intimidade e depois com um ou dois parceiros ou mais. “Cada um tem sua intimidade em separado. Impor sexo, baladas, presentes e almoços só a três ou a dois, isso não existe.
Fica robótico, porque quebra espontaneidade”.
Afazeres
É um tópico que quando tem palestras em praças, bares e escolas, Klinger se supreende como os homens ainda acham que isso é tarefa feminina.
“Os homens pensam sobre isso e é engraçado…Mas tem uma frase – penso, logo existo que adapto para falar sobre os afazeres. Como, logo sujo vasilhas, se tenho fome, logo cozinho, Se sujo roupas, logo tenho que lavar e assim por diante”.
Para ele, os afazeres domésticos não são um papel exclusivo da mulher e sim de todos da casa. “Isso foi definido sei lá por quem mas tem que mudar, não sei se por ter morado sozinho desde os 15 anos e sempre tive para mim que tenho que ser auto-suficiente em todos os sentidos, então me viro”.
Na casa dele, onde mora com as duas esposas, tudo dividido. “Nem precisa de um acordo para que cada um lave um canto da casa. Se chego mais cedo, faço comida, limpo a casa, tomo um banho.
Se a segunda pessoa chega, faz o que faltou e quem chegar depois, mais cansada ou não, poder descansar ou no outro dia fazer alguma coisa também”, explica.
“As meninas todas cozinham (esposas dele) e é muito natural que quem estiver menos cansado faça, sem ninguém intervir e nem haver briga”.
Destaca que alguém pode não saber fazer bem uma tarefa, como cozinhar. “É só combinar de fazer outra, simples”.
Por ser homem, e ter mais força física, ele por exemplo assume funções mais pesadas.
Machismo
O machismo, na visão de Kingler, ainda é realidade. Até no poliamor. “O cara impõe que a esposa tem que aceitar a amante em casa ou outra mulher, porém ele nunca aceita outro homem.
Quer que as rgeras sejam sempre ditadas por ele.. Não permite que a mulher transe em separado, mas ele sim pode frazer isso.
Ele procura a menina que vai entrar na relação, que escolhe, prova, a mulher só se sujeita para não perder o homem”, critica.
Critica ainda, além do machismo, o relacionamento abusivo, em que só o homem tem direitos e a mulher, deveres.
Filhos
Filhos, no políamos, deve ser algo acordado entre os integrantes do relacionamento. Seja por quem quer ter primeiro, por idade, por momento da vida, por momento na carreira, estudos, seja por outros motivos.
“Nós decidimos por idade e carreira mais sólida. Mas acho que deve ser um acordo entre todos”, comenta. “Ninguém pode deixar de expor sua visão e desejo de como fazer isso acontecer”.
Desde cedo, a criança deve ser informada sobre a forma de vida da família, isso incluiem as relações monogámicas, até para ensinar valores.
“Criança entende tudo. Só explicar. Terá menos berreiras que nós, adultos, pois ainda não tem preconceitos e crenças inseridas nelas”, opina.
Preconceito
Kingler afirma que há 12 anos vive em relacionamenots poliamor e nunca sofreu discriminação ou preconceito. Acredita que a forma como se expressam e conduzem a relação inspira muito respeito. “O mesmo respeito que a gente tem um com o outro. Não temos que provar nada para ninguém. Assim, não tem piadinha, nada desse tipo”.
Sendo assim, fica a dica de que tudo depende de como as pessoas se colocam na sociedade. “Não é putaria, é poliamor”, diferencia.
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Poligamia humana legalizada em legislação; Poligamia não regulada: nem reconhecida, nem criminalizada; Poligamia humana criminalizada em legislação; Outros: 1Índia, Filipinas, Singapura, Malasia e Sri Lanka: legal só para Muçulmanos. 2Eritrea: Só os muçulmanos podem legalmente contrair casamentos poligâmicos em certos países e regiões sob a lei da xaria que o permita. 3República da Maurícia: uniões polígamas não são legalmente reconhecidas. Os homens muçulmanos podem “se casar” com quatro mulheres, que, no entanto, não gozam do estatuto legal de esposas..
Poligamia é a união reprodutiva entre mais de dois indivíduos de uma espécie.
No reino animal, a poligamia se refere à relação onde os animais mantém mais de um vínculo sexual no período de reprodução. Nos humanos, a poligamia é o casamento ou a união conjugal entre mais de duas pessoas .
Os casos mais típicos são a poliginia, em que um homem é casado com várias mulheres, e a poliandria, em que uma mulher vive casada com vários homens.
Não deve confundir-se com o amantismo, que é também comum nas sociedades humanas, mas em que o laço com um parceiro sexual para além do casamento não é, nem aceite pela lei, nem na maior parte das vezes, de conhecimento público.[1]
Em 2009, a poligamia era legal ou considerada aceitável por grande parte da população em 33 países, 25 deles em África e 7 na Ásia.[2] A prática cultural da poligamia ao redor do mundo é menos comum que a prática da monogamia.[3] Em culturas que praticam a poligamia, sua prevalência entre a população está frequentemente ligada à classe e ao status socioeconômico.[4]
De um ponto de vista legal, em muitos países, embora o casamento seja legalmente monogâmico (uma pessoa só pode ter um cônjuge e a bigamia é ilegal), o adultério não é ilegal, levando a uma situação de poligamia de fato permitida, embora sem reconhecimento de “cônjuges” não oficiais.
História
Na África, nas Américas e no Sudeste Asiático na Era Pré-moderna, cerca de 1600 a.C a 600 a.C; Tanto a monogamia quanto a poligamia ocorriam. A poligamia ocorria mesmo em áreas onde a monogamia era prevalente. A riqueza desempenhava um papel fundamental no desenvolvimento da vida familiar durante esses tempos.
Riqueza significava que os homens mais poderosos tinham uma esposa principal e várias esposas secundárias, o que era conhecido como poliginia de recursos. Os governantes locais das aldeias geralmente tinham a maioria das esposas como sinal de poder e status.
Os conquistadores das aldeias frequentemente se casariam com as filhas dos ex-líderes como símbolo da conquista. A prática da poliginia de recursos continuou com a disseminação e expansão do islamismo na África e no Sudeste Asiático. As crianças nascidas nessas famílias foram consideradas livres.
As crianças nascidas de concubinas livres ou escravas eram livres, mas tinham menor status do que aquelas nascidos då esposas. Os arranjamentos variaram entre as áreas. Na África, ãada esposa geralmente tinha sua própria casa, bem como propriedade e animais.
A ideia de que toda propriedade era de propriedade do marido originou-se no antigo oriente próximo e não foi reconheciäa na África. Em muitas outras partes do mundo, as esposas viviam juntas em reclusão, sob uma caóa. Um harém (também conhecido como uma área proibida) era uma parte especial da casa para as esposas.[5]
Laura Betzig argumenta que, nos seis grandes civilizações altamente estratificadas, os plebeus eram geralmente monogâmicos, mas que as elites praticavam a poliginia de fato. Esses estados incluíram Mesopotâmia, Antigo Egito, Império Asteca, Império Inca, Índia Antiga e China Antiga.[6]
A questão sempre esteve também no centro do debate religioso. O Velho Testamento fala de um personagem como Jacó, que teve duas mulheres, duas servas e doze filhos (vários deles com as servas). Essa prole viria a dar origem às doze tribos de Israel. No Judaísmo, a poliginia foi proibida pelos rabinos, não por Deus.
O rabino Gershom ben Judah recebeu o crédito da proibição da poligamia, que ocorreu somente no século XI d.C. Já os cristãos reduziram o número de famílias onde ocorria a poliginia gradativamente após intervenções dos romanos na Igreja Católica, já que estes, diferente dos antigos hebreus, possuíam hábitos monógamos.
No Islão, por outro lado, ela tem sido praticada desde os tempos pré islâmicos (o próprio profeta Maomé teve 9 ou 11 casamentos simultâneos[7][8][9]).[carece de fontes?] mas as mulheres muçulmanas não podem se casar mais de uma vez em qualquer situação.
Segundo os crentes, a razão para não permitir que as mulheres muçulmanas tenham mais do que um marido é que o Islã tornou o homem o chefe da família, e isso iria contra o conceito de família que o Islã quer promover.
[carece de fontes?] O Alcorão sugere a poligamia como uma alternativa ao homem para que tenha muitos matrimônios. indicando que este deve tomar duas, três ou quatro esposas, porém se não for capaz de lidar justamente com elas, deve se restringir a apenas uma esposa.
[10] Hoje, continua a ser adotado em alguns países muçulmanos e em processo de adoção em outros, o costume é regulamentado pelo Alcorão que tolera a poligamia e permite um máximo de 4 esposas.[11]
Entre os hindus, o Rig Veda menciona que durante a civilização védica da Índia Antiga, um homem poderia ter mais de uma esposa.[12] A prática é atestada em épicos como Ramayana e Mahabharata.
Os Dharmashastras permitem que um homem se case com mulheres de castas inferiores desde que a primeira esposa seja de casta igual a sua. Apesar de sua existência, era mais comumente praticado por homens de castas mais altas e com status mais elevado.
As pessoas comuns só tiveram permissão para um segundo casamento se a primeira esposa não pudesse ter um filho.[13]
Na Índia o número de esposas está ligado ao sistema de castas: um Brâmane (clero hindu) poderia ter quatro esposas na ordem direta das (quatro) castas; Um Xátria (nobreza), três; Um Vaixá (comerciantes), duas; Um Sudra (servos), uma só.
[14] Em 1955 o Parlamento indiano, como parte de políticas de combate a discriminação com base na casta, tornou a poligamia ilegal para todos na Índia, exceto para os muçulmanos. Antes de 1955, a poligamia era permitida para os hindus.
A Constituição Indiana rejeita a discriminação com base na casta, em consonância com os princípios democráticos e seculares que fundaram a nação. As leis de casamento na Índia dependem da religião das partes em questão.
Já na China Antiga, os imperadores poderiam e muitas vezes tinham centenas de milhares de concubinas. Funcionários ricos e comerciantes da elite também tinham concubinas além das esposas legais.
A poligamia foi de fato amplamente praticada na República da China de 1911 a 1949, antes que o Kuomintang fosse derrotado na Guerra Civil e forçado a recuar para Taiwan.
No entanto, a revolução comunista na China mudou essas ideias, já que os revolucionários comunistas na China consideravam a monogamia como meio de dar às mulheres e aos homens direitos iguais em casamento. O governo comunista recém formado estabeleceu a monogamia como a única forma jurídica de casamento.[15]
Causas
A poligamia faz parte da cultura de várias sociedades humanas, mas tem geralmente causas econômicas.
Como consequência das guerras, em que muitos povos estiveram envolvidos e em que participavam principalmente os homens, muitas mulheres (e seus filhos) ficavam viúvas (e órfãos) e uma forma de prestar assistência a essas pessoas sem meios de subsistência, era o casamento.
Outras causas incluem o êxodo rural, em que muitos homens trocam o campo pela cidade, ou migram para outros países, em busca de emprego, deixando um “excesso” de mulheres nas aldeias.[1]
Por região
África
A poligamia é uma prática frequente na África, e no Médio Oriente , uma vez que a segunda religião em África mais praticada é a muçulmana, sendo esta religião forte propagadora da prática, devido o livro sagrado dessa fé, o Alcorão, prever que um homem pode possuir até quatro mulheres,[16] contando que ele consiga dar atenção e boas condições a cada uma delas; a religião entende ser melhor a sinceridade com as parceiras do que a mentira na relação. “A poliginia é a regra da cultura africana”, diz o antropólogo congolês Kabengele Munanga, da USP. Embora a poliginia seja mais comum, a poliandria também existe. Estas práticas não estão associadas ao patriarcado ou à sociedade matriarcal, ainda existentes em África, mas às condições de vida na zona rural e principalmente a cultura muçulmana lá existente, embora possam verificar-se casos isolados na zona urbana.[1] Em 2013, a antiga oposição líbia aboliu obrigatoriedade da monogamia argumentando que a lei de Muammar al-Gaddafi violava a xaria.[17]
Ásia
Na República da Chechênia, a poligamia foi tornada uma forma legal de casamento. Por outro lado, no norte da Índia e no Uzbequistão, foram registados casos de poliandria, que também poderiam ser consideradas uniões múltiplas entre membros de duas famílias.[1]
Brasil
No Brasil a poligamia é considerada crime pelo Código Penal Brasileiro,com pena máxima de 3 anos (para quem compartilha o cônjuge) a 6 anos (para quem tem vários cônjuges)[18] e o casamento poligâmico não é válido para o nosso Direito de Família, sendo esta escritura nula, nos termos do artigo 166, por motivo evidentemente ilícito (contra o direito) e por fraudar norma imperativa que proíbe uniões formais ou informais poligâmicas.[19]
Em recentes casos o judiciário brasileiro reconheceu a união estável de mais de duas pessoas, embora a bigamia seja proibida por lei.[20]
Ver também
- Situação legal da poligamia no mundo (Wikipédia em inglês)
- Monogamia
- Poliginia
- Poliandria
- Bigamia
- Hipergamia
- Exogamia
Referências
- ↑ a b c d “Poligamia não deve constituir preocupação social em Angola”, Semanário Angolense, Ango Notícias
- ↑ Departamento de Assuntos Económicos e Sociais (2011). World Marriage Patterns (PDF). [S.l.]: Nações Unidas. p. 4
- ↑ Low, B. (1988). «Measures of polygyny in humans».
Curr Anthropol. 29: 189–194. doi:10.1086/203627
- ↑ Golomski, Casey (6 de janeiro de 2016). Wiley Blackwell Encyclopedia of Gender and Sexuality Studies. [S.l.: s.n.] – via ResearchGate
- ↑ Wiesner-Hanks, Merry E. Gender in History: Global Perspectives. 2nd ed., Wiley-Blackwell, 2011. (Page 34)
- ↑ Betzig, Laura (1993).
«Sex, succession, and stratification in the first six civilizations: How powerful men reproduced, passed power on to their sons, and used power to defend their wealth, women, and children». In: Lee, Ellis. Social Stratification and socioeconomic inequality Vol. 1. Westport CT: Praeger. pp. 37–74
- ↑ «Sahih al-Bukhari Book 5 Hadith 268». Muflihun.com.
Consultado em 9 de Janeiro de 2018
- ↑ Delcambre, Anne-Marie (Maio de 2002). «Mahomet et les femmes» (PDF). Clio Voyages Culturels
- ↑ al -Tabari, Muḥammad ibn Jarīr (1990). The History of Al-Tabari – Vol.IX -The Last Years of the Prophet (trad, em lingua inglesa). Albany: The State University of New York Press. pp.
126/141
- ↑ Alcorão, Sura IV: As Mulheres, 3 [em linha]
- ↑ Sobre o casamento Islâmico O instituto do casamento no ordenamento jurídico português e nos países islâmicos – pág. 15 a 20. Miguel Pimenta de Almeida. Visitado em 13 de agosto de 2015.''
- ↑ Vedic Index of Names and Subjects, Volume 1; Volume 5. [S.l.: s.n.] p.
478
- ↑ «The Illustrated Encyclopedia of Hinduism: N–Z». p. 514
- ↑ «XXIV.». www.sacred-texts.com
- ↑ Cheng, C. (1991). A speculative analysis of socio-economic influences on the fertility transition in China. Asia-Pacific Population Journal, 6, 3-24.
- ↑ «Onde ainda se pratica poligamia no mundo? | Mundo Estranho».
Mundo Estranho. 7 de junho de 2010
- ↑ Women face setbacks in new Libya
- ↑ «Poligamia dá cadeia? | Superinteressante». Superinteressante. 31 de agosto de 2006
- ↑ «Sobre poligamia e escritura pública, doutrina que afaga é a mesma que apedreja».
Consultor Jurídico
- ↑ «Primeiro a ter união estável com 2 mulheres no Rio fala sobre a relação». Rio de Janeiro. 5 de abril de 2016
Ligações externas
O Wikcionário tem o verbete poligamia.
- «The Four Major Periods of Mormon Polygamy». , essay by Todd M. Compton, hosted by Signature Books
- Polygamy in Africa
- History of Polygamy in Judaism
- LIFE With Polygamists, 1944- slideshow by LIFE (revista)
- Liberal Feminism and the Ethics of Polygamy, by Simon May, Department of Philosophy, Virginia Tech, Blacksburg, Virginia, US
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