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“Meu cachorro tem parvovírus, o que eu posso dar para ele?” Sem dúvida, esta é a pergunta mais frequente que os tutores de cachorros afetados por esta doença fazem aos veterinários.
Infelizmente, o parvovírus não tem uma cura que combata o vírus diretamente, mas o tratamento é focado em aliviar os sintomas e fortalecer o sistema imunológico para que o próprio cão lute contra a doença.
Por esse motivo, a taxa de mortalidade dessa doença é tão alta.
No entanto, graças aos diagnósticos precoces, cada vez mais cachorros conseguem sobreviver ao parvovírus.
Por isso, se o seu cachorro tem parvovírus e você quer saber se ele pode ser salvo, deve saber que a resposta é sim, desde que a doença seja detectada a tempo e o sistema imunológico seja forte o suficiente.
Para reforçar o tratamento veterinário, você pode utilizar os remédios naturais que serão mostrados a seguir. Dessa forma, confira esse artigo do PeritoAnimal sobre parvovírus canino: tratamento caseiro e saiba como ajudar o seu pet ainda mais.
O parvovírus canino, conhecido também como parvovirose canina, é uma doença infecciosa grave, produzida pelo vírus do parvo ou parvovírus.
Trata-se de um vírus muito resistente, capaz de sobreviver no ambiente por até seis meses, sendo esse o principal motivo de seu alto índice de contágio.
Afeta especialmente filhotes, embora os cachorros adultos imunossuprimidos ou cachorros não vacinados também sejam suscetíveis a contraí-lo.
Parvovírus canino: como é contraído?
O parvovírus é transmitido por via oronasal, ou seja, por inalação ou ingestão do vírus, que é encontrado no ambiente ou nas fezes de cachorros infectados.
Uma vez no corpo, o vírus se reproduz muito rapidamente, primeiro nas amígdalas, depois passa para a corrente sanguínea, através da qual atinge o tecido linfático e o intestino. Da mesma forma, pode afetar os rins, pulmões, fígado ou coração.
Dependendo dos órgãos afetados, os sintomas desenvolvidos são diferentes.
Parvovírus canino: sintomas
Por se tratar de um vírus que primeiro ataca o tecido linfático e o intestino, é comum que, pouco dias após ter sido infectado, o cachorro apresente diarreia sanguinolenta (enterite) e um estado de imunodeficiência, que se traduz em debilidade, decaimento e mal-estar em geral, devido à diminuição dos glóbulos brancos. Além disso, podem aparecer os seguintes sintomas:
- Vômitos;
- Febre;
- Alterações cardíacas;
- Problemas respiratórios;
- Anorexia;
- Cansaço extremo;
- Apatia;
- Morte súbita.
Em alguns casos, já foi observado que o vírus permanece praticamente assintomático, embora isso não seja comum. Por outro lado, devido à debilidade do sistema imunológico em um cachorro com parvovírus, é comum que apareçam outros vírus, bactérias ou parasitas oportunistas, por isso ocorrem infecções secundárias, especialmente nos intestinos.
O parvovírus pode se curar? Sim, a parvovirose canina se cura, desde que seja detectada a tempo e o cachorro afetado responda adequadamente ao tratamento.
Por se tratar de uma doença recentemente descoberta, especificamente no final dos anos 70, ainda não existe uma cura definitiva que combata o vírus.
Dessa forma, o tratamento é focado em tratar os sintomas e fortalecer o sistema imunológico para ajudar o organismo a lutar contra a doença.
Parvovírus canino: tratamento
Como já dissemos, o foco principal do tratamento é combater a desidratação, que é a maior causa de morte, bem como na reposição de fluídos.
Para isso, o melhor é ir ao veterinário ao detectar os primeiros sintomas, para hospitalizar o cachorro ou filhote e, caso seja confirmado o diagnóstico de parvovirose, iniciar o tratamento à base de fluidoterapia e, se necessário, as transfusões sanguíneas.
Em caso de vômitos, é comum administrar antieméticos e antiácidos aos pacientes. Da mesma forma, se infecções bacterianas ou virais secundárias tiverem sido desenvolvidas, antibióticos serão administrados para combatê-las.
Se o cachorro responder adequadamente ao tratamento, o sistema imunológico se fortalecerá e combaterá a doença até o ponto de superá-la.
É claro, vale a pena notar que, infelizmente, são muitos os cachorros que não conseguem superar a doença porque, como mencionamos na seção anterior, ela geralmente afeta cachorros filhotes com menos de seis meses de idade ou cachorros imunossuprimidos.
Não, o parvovírus canino não pode ser curado apenas por remédios. Os remédios caseiros devem ser aplicados como complemento, pois sem a fluidoterapia ou transfusões de sangue, é impossível substituir os líquidos perdidos e, por isso, a sobrevida do paciente é reduzida até praticamente não existir.
Como não há cura para o parvovírus, também não existem remédios naturais que combatam diretamente o vírus. Desta forma, os remédios que compartilharemos a seguir são direcionados a aliviar os sintomas e fortalecer o sistema imunológico, reforçando os efeitos do tratamento veterinário e ajudando a melhorar o quadro clínico.
A desidratação que o parvovírus produz nos cachorros devido à perda de líquidos por diarreia e/ou vômito, provoca um desequilíbrio eletrolítico, que se traduz em considerável perda de sódio e principalmente potássio.
Portanto, reabastecer esses eletrólitos (sais minerais) o mais rápido possível é uma das chaves para curar um cachorro com parvovírus.
Da mesma forma, devido à sintomatologia desenvolvida, há também uma diminuição na glicose no sangue que deve ser reparada.
Em condições normais, basta garantir que o cachorro beba água suficiente para repor os eletrólitos perdidos, no entanto, quando o cachorro tem uma doença como essa, é mais provável que não queira beber ou comer nada.
Portanto, é melhor pedir ao veterinário para te fornecer uma bolsa de soro para realizar sessões de fluidoterapia em casa. O especialista indicará as doses recomendadas e a frequência de administração.
Remédios caseiros para hidratar um cachorro com parvovírus
Se por qualquer motivo você não puder adquirir a mochila de soro, pode preparar um soro caseiro com a finalidade de repor os sais minerais e a glicose perdida. Não é a melhor solução, mas é um tratamento caseiro para o parvovírus canino aplicável a filhotes e adultos que pode combater a hidratação.
Os ingredientes para elaborar esse soro são os seguintes:
- 1 litro de água mineral;
- 1 colher de chá de sal;
- 3 colheres de sopa de açúcar;
- Meia colher de chá de bicarbonato de sódio;
- Suco de meio limão.
Depois de preparar os ingredientes, você deve ferver a água, tirando-a do fogo ao atingir a primeira fervura. Em seguida, despeje a água em um recipiente, de preferência feito de vidro, nunca plástico, adicione o restante dos ingredientes e misture. Deixe amornar.
O cachorro deve beber este soro, uma vez que ele não é adequado para administração intravenosa. Portanto, se ele não quiser beber, use uma seringa sem agulha, coloque-a na boca por um dos lados e, pouco a pouco, introduza o líquido. O soro caseiro dura 24 horas, então será necessário preparar um novo após esse tempo.
Oferecer ao cachorro com parvovírus um cubo de gelo, um sorvete natural ou uma bebida isotônica também pode ajudar a mantê-lo hidratado e, assim, repor os eletrólitos perdidos.
Especialmente quando a doença não está muito avançada, os cachorros se mostram mais animados a tomar esses tipos de remédios do que o soro já mencionado.
No entanto, mesmo se decidir tentar essa soluções, você ainda deve dar o soro que está enriquecido com os sais minerais perdidos.
Assim que o vírus começa a se reproduzir e, portanto, o cachorro apresenta os primeiros sintomas, é muito comum que pare de comer devido ao mal-estar geral e vômitos.
Os veterinários geralmente recomendam não dar comida durante as primeiras 24 a 48 horas, pois é quando o vírus produz mais danos, especialmente no sistema digestivo.
Uma vez terminado este estágio, uma dieta adequada pode ser iniciada, progressivamente, de modo a não danificar a mucosa intestinal.
Os casos de pacientes que superaram com sucesso a doença mostraram que os cachorros afetados pelo parvovírus que ingerem alimentos passam por uma recuperação muito mais rápida da mucosa intestinal danificada. Por essa razão, juntamente com a hidratação, a comida é o melhor remédio caseiro para o parvovírus canino. Mas, qual tipo de alimentos são recomendados?
Dieta para cachorros com parvovírus
Para ajudar o cachorro a combater a doença, é aconselhável estabelecer uma dieta leve, de fácil digestão, baixa em proteína e em gordura. Por isso, se você se pergunta o que dar para um cachorro com parvovírus, o recomendado é o seguinte:
- Caldo de galinha caseiro bem cozido: isso não só manterá o cachorro nutrido, como também o hidratará;
- Frango cozido desfiado: como o cachorro está muito fraco, é possível que precise comer direto da sua mão;
- Arroz branco fervido: pode ser oferecido junto com o frango bem cozido;
- Verduras de fácil digestão: como cenoura, abóbora e batata;
- Peixe branco fervido: desfiado e, é claro, sem espinho.
Após as primeiras 24 horas, você pode começar a dar ao cachorro ou filhote com parvovírus canino o caldo de galinha, com a ajuda de uma seringa sem agulha, caso ele não queira comer sozinho.
Uma vez que as 48 horas se passarem, a dieta deve ser iniciada pouco a pouco e sem forçar muito o animal.
Se o seu cachorro com parvovírus não quiser comer, tente dar primeiro o frango, que geralmente tem um gosto muito bom, e introduza o restante da comida progressivamente. Alimentos enlatados prescritos pelo veterinário também costumam funcionar.
Parvovírus canino: como alimentar o cachorro?
Como dissemos, pouco a pouco. É muito melhor fazer várias refeições por dia, mas em pouca quantidade, do que ao contrário. À medida que o animal melhora, o número de refeições pode ser reduzido e a quantidade de comida, aumentada.
Se, apesar de todas as tentativas, seu cachorro com parvovírus não quer comer, é essencial ir ao veterinário para administrar a nutrição parenteral, isto é, por via intravenosa.
Além de substituir os fluidos perdidos e garantir que o cachorro coma depois das horas mais críticas, outros remédios podem ser usados para combater a infecção, tanto a causada pelo parvovírus quanto aquelas causadas por vírus ou bactérias oportunistas.
Parvovirose: tratamento caseiro com prata coloidal
A prata coloidal é caracterizada por ser um antisséptico natural, por isso ajuda a combater qualquer tipo de infecção causada por vírus ou bactérias. Ressaltamos novamente que não é uma solução definitiva, é um remédio que deve ser administrado para complementar o tratamento veterinário.
A versão líquida pode ser administrada sem diluir ou diluída em água. Em relação à dose de prata coloidal, ela dependerá da idade do cachorro, do peso e da concentração ou nível de pureza do produto. Portanto, o melhor, como sempre, é consultar o veterinário para não administrar uma dose errada, que pode ser fatal para o animal.
Parvovirose: tratamento caseiro com vinagre de maça
Este tipo de vinagre também é um poderoso antisséptico natural, e é por isso que é comumente utilizado para combater infecções virais, bacterianas ou fúngicas. Pode ser diluído em água e administrado ao cachorro doente com a ajuda de uma seringa, ou tentar deixá-lo beber por contar própria.
Além de ser bom para infecções, o vinagre de maçã ajuda a restaurar danos produzidos no sistema digestivo, algo totalmente recomendável para casos de parvovírus canina. Consulte todos os benefícios do vinagre de maçã para cães neste artigo.
Parvovirose: tratamento caseiro com aromaterapia
A aromaterapia não é um remédio para o parvovírus canino propriamente dito, mas fornece um ambiente mais relaxado e calmo para o animal. Ao lidar com qualquer doença deste nível, é essencial que o paciente esteja tão confortável e calmo quanto possível para manter seu sistema imunológico forte.
Um estado de estresse ou ansiedade produzido por um espaço inadequado só agravará a situação. Por esta razão, recorrer à aromaterapia pode ser uma boa opção, desde que você garanta que os óleos essenciais não sejam ingeridos pelo animal ou fiquem muito próximos dele.
Os cachorros têm um olfato muito desenvolvido, então cheiros fortes demais não trazem tranquilidade para eles.
Carinho e paciência
Finalmente, para finalizar a lista de tratamentos caseiros de parvovírus canino, é importante oferecer uma cama confortável e, acima de tudo, manter o cachorro aquecido, aumentando o estado de conforto e fazendo com que ele se sinta melhor.
Além disso, é importante ter em conta que nem todos os cães se recuperam tão rapidamente, por isso é vital ter paciência, dar muito amor e carinho ao seu melhor amigo e seguir o tratamento veterinário “ao pé da letra”, tratamento esse que pode ser complementado com os remédios descritos aqui.
Diante de qualquer anomalia ou sinal de alerta, não hesite em consultar o especialista, pois o parvovírus canino é uma doença grave que deve ser tratada o mais rápido possível.
Este artigo é meramente informativo, no PeritoAnimal.com.br não temos capacidade para receitar tratamentos veterinários nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Sugerimos-lhe que leve o seu animal de estimação ao veterinário no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.
Se deseja ler mais artigos parecidos a Parvovírus canino: tratamentos caseiros, recomendamos-lhe que entre na nossa seção de Remédios caseiros.
Bibliografia
- Axón Veterinaria. Parvovirus Canino. Disponible en: http://axonveterinaria.net/web_axoncomunicacion/auxiliarveterinario/13/13-Parvovirus.pdf.
- Ziegler, J. (2018). El libro negro de los veterinarios. La medicina que enferma a los animales. Editorial: Macro.
- Libros Cúpula. (2018). Remedios caseros para perros y gatos. Más de 1000 soluciones para los problemas de tu mascota.
- García, I. (2007). Manejo clínico de la parvovirosis canina en urgencias. Revista Complutense de Ciencias Veterinarias, 1 (2).
- Worwood, V. A. (2018). Aceite Esenciales y Aromaterapia. Madrid: Gaia Ediciones.
Conheça os tratamentos para parvovirose canina
Doença perigosa, a parvovirose canina é causada pelo vírus Parvovirus canino tipo 2 (PVC-2). A enfermidade se apresenta na forma aguda de gastroenterite hemorrágica, caracterizada por vômito, diarreia, prostração, anorexia e desidratação. A doença é propensa a cães não vacinados com até um ano de idade, principalmente das raças doberman, rottweiler, labrador, pastor alemão e pit bull.
A enfermidade é infectocontagiosa. “Geralmente ocorre por exposição oro-nasal a fezes, fômites ou ambientes contaminados”, explica Paulo Renato dos Santos Costa, doutor em Ciência Animal pela UFMG. Ou seja, basta que um animal sadio entre contato com excrementos ou com roupas e calçados infectados.
O diagnóstico de parvovirose canina pode ser feito com base no histórico (cães jovens sem vacinação), sinais clínicos e hemograma, mas uma posição definitiva só é admitida após testes específicos.
É o caso do ELISA, teste que detecta a presença de antígenos virais nas fezes e está disponível na forma de “Snap test” – de boa especificidade, fácil execução e interpretação qualitativa em poucos minutos. Se o resultado do ELISA for negativo, o recomendado é a realização de um segundo teste, como PCR, hemoaglutinação e microscopia eletrônica.
“Cães com parvovirose devem ser isolados e receber tratamento em local específico”, acrescenta Costa, que também é professor no Departamento de Veterinária da Universidade Federal de Viçosa (MG). Donos ou profissionais que fizerem a limpeza e a desinfecção do ambiente e de equipamentos devem usar hipoclorito de sódio.
Para o manejo de parvovirose canina, a internação para fluidoterapia é um dos aspectos principais. Uso de antieméticos, antiácidos, protetores de mucosa, antibióticos, probióticos, analgésicos, antiespasmódicos, manejo nutricional e imunoglobulina Y complementam o tratamento. A taxa de sobrevivência é de aproximadamente 90%.
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Confira como tratar a parvovirose canina
Fluidoterapia: método que corrige a desidratação provocada principalmente pelas perdas gastroentéricas. Pacientes com os sintomas persistentes e sem tratamento adequado podem evoluir para desidratação de 12% ou mais e complicar com hipovolemia (choque).
Os tipos de fluidos mais utilizados são os cristalóides com eletrólitos (ex: Ringer lactato, Ringer simples, Solução fisiológica). O cálculo do volume de fluido segue a fórmula tradicional para reposição do déficit: peso do paciente x percentual estimado de desidratação x 10 para obter-se o volume em ml.
Exemplo: um cão de 5 kg e 8% de desidratação condiciona a equação 5 x 8 x 10 = 400 ml.
Antieméticos: o controle dos vômitos ajuda a minimizar as perdas líquidas e eletrolíticas, melhora o conforto do paciente e cria condições favoráveis para a retomada da ingestão oral.
O antiemético de primeira escolha é o citrato de maropitant. A ondansetrona é outra boa opção para terapia antiemética. A administração de citrato de maropitant deve ser de 1mg/kg/IV, uma ou duas vezes ao dia, conforme a necessidade.
A ondansetrona é empregada na dose de 0,5 mg/kg/IV, de 12 em 12 horas.
Antiácidos: indicados no paciente com vômito pela alta incidência de esofagite de refluxo. O omeprazol é o mais utilizado. A terapia é feita por via endovenosa na dose de 1 a 1,5 mg/kg, uma vez ao dia. Após o controle da êmese, pode-se indicar a via oral. Os antagonistas H2, como a ranitidina, apresentam efeito antiácido discreto e não devem ser utilizados.
Protetores de mucosa: a administração de sucralfato para mucosa gástrica e esofágica deve ser de 0,5g/paciente, de 8 em 8 horas. O carvão ativado reduz a translocação de toxinas e micro-organismos, atuando como protetor de mucosa intestinal e na adsorção de toxinas.
Antibióticos: a associação de um β-lactâmico (ampicilina ou amoxicilina ou cefalotina ou ceftriaxona) com um aminoglicosídeo (amicacina, gentamicina) ou com o metronidazol oferece ampla cobertura antibiótica. Os aminoglicosídeos apresentam potencial nefrotóxico e só devem ser administrados após a correção da desidratação.
Probióticos: microrganismos vivos que fazem parte da flora normal, eles agem por competição contra agentes patogênicos, evitando que proliferem e causem doença. Sua utilização está indicada na fase de recuperação, quando os cães retomam a alimentação. O tratamento deve ser mantido por quatro a seis semanas, ou até a recuperação total do paciente.
Analgésicos e antiespasmódicos: em casos de cólica (espasmos intestinais), podem ser usados analgésicos opioides e atropina. Contudo, se o paciente apresentar íleo, essas medicações podem exacerbar a hipomotilidade gastrintestinal e agravar o quadro clínico.
Manejo nutricional: a falta de nutrientes na luz intestinal causa atrofia da mucosa e inativação dos mecanismos enzimáticos de digestão/absorção dos cães com parvovirose.
É necessária uma quantidade mínima de nutrientes para manter a integridade desses mecanismos e estimular o fluxo sanguíneo local, melhorando a barreira de proteção intestinal e propiciando um retorno mais rápido das funções digestivas – 0,1mL/kg dessas soluções.
Assim que os vômitos forem controlados, deve-se tentar a introdução de um alimento enteral mais completo.
Imunoglobina: recentemente, foi desenvolvido um produto com nutracêuticos e com Igγs específicas contra a parvovirose canina. Ele é extraído do ovo de galinhas poedeiras que tiveram contato com o vírus.
Os anticorpos Igγ se ligam aos vírus, além de bactérias e protozoários, inibindo a fixação e a replicação dos agentes patogênicos na parede intestinal.
Recomenda-se uma dose de ataque de AIG® de 4 comprimidos via oral, e, após, um comprimido para cada 10kg de peso, de 6 em 6 horas, durante 15 dias.
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A parvovirose tem cura?
Se tem uma doença que causa pânico nos tutores, até mesmo nos mais experientes, essa doença é a parvovirose (a cinomose também, aliás!).
Muita gente já perdeu seus animais na luta contra essa terrível enfermidade.
E não é pra menos, né? Afinal, trata-se de um vírus extremamente contagioso, que está distribuído de forma geral no ambiente e além de ter uma evolução muito rápida pegando os cães desprotegidos, a doença é altamente letal, principalmente se não for tratada rapidamente. E se você veio até aqui buscando saber se o cãozinho pode ou não se recuperar, leia a matéria que preparamos especialmente pra você!
Apesar de muita gente achar que não, a parvovirose tem cura e muitos animais podem se recuperar! Mas claro, apesar de termos terapias possíveis na mão, o tratamento não é tão simples e exige agilidade e infelizmente, mesmo com todo suporte, alguns cães podem não resistir. Isso depende muito de como o animal vai reagir, seu estado imunológico e a rapidez do início da terapia.
Os únicos tratamentos específicos contra vírus atualmente disponíveis são os antivirais e os soros hiperimunes (que contém anticorpos em sua composição e agem neutralizando o vírus e impedindo que a doença avance).
Além disso, são necessários medicamentos e terapia de suporte, dependendo das condições do animal e que serão prescritos pelo Médico Veterinário, podendo incluir fluidoterapia (soro na veia), vitaminas, medicamentos para o vômito e diarreia, antibióticos e outros.
Esse suporte todo, aliado à resposta do animal, pode sim fazer com que o pet se cure. Mas é preciso agir rápido e não esperar que a doença se agrave, pois, isso ocorre em questão de horas.
Aqui vale uma dica importante: não perca tempo buscando alternativas caseiras e seguindo receitas prontas. Cada animal precisará de um suporte personalizado e intensivo, dependendo de seu estado. E quanto mais você demorar para buscar ajuda de um profissional, mais tempo o vírus tem para causar danos ao seu pet.
Então se você percebeu que o cão começou a apresentar vômito e diarreia com ou sem sangue, falta de apetite e outros sintomas, leve-o para uma consulta o quanto antes, evitando que o pet se desidrate demais e a cura fique cada vez mais difícil.
Quer saber mais sobre essa terrível doença? Leia aqui: Parvovirose Canina
Larissa Salles Teixeira
CRMV/PR 11718
Cornélio Procópio – PR
Cães e gatos podem tomar leite de vaca? – Quatree
É bem provável que você já tenha visto alguma imagem de um gatinho fofo sujando seus bigodes numa tigela de leite. Apesar do que diz o senso comum, fornecer leite de vaca para cães e gatos filhotes ou adultos é um grande erro. O principal motivo é que esses animais possuem estruturas corporais e necessidades nutricionais diferentes dos bezerros.
Cachorros e gatos são mamíferos. Logo, quando são filhotes, eles se alimentam, por um certo tempo, exclusivamente do leite produzido por suas mães. Contudo, existem diferenças nas composições desse alimento que cada espécie de mamífero produz.
Além disso, esses animais nascem com o sistema digestório adaptado para aproveitar o leite somente quando são filhotes. Para isso, eles produzem uma enzima chamada lactase, responsável por quebrar e absorver a lactose, açúcar presente no leite.
Depois que os pets são desmamados, o organismo deles passa a produzir pequenas quantidades da lactase, não sendo suficiente para quebrar toda a quantidade de lactose presente no leite de vaca, por isso, oferecer esse alimento para cães e gatos pode trazer malefícios para eles.
No caso dos filhotes, o consumo de leite de vaca pode provocar dor de barriga, gases, diarreia e desnutrição, prejudicando o crescimento deles ou até levando-os a óbito, isso porque o alimento é pobre em gorduras e proteínas para animais carnívoros. Nos cachorros adultos, a ação da lactase é ainda mais reduzida do que nos bichanos, o que faz com que o risco de desconforto gástrico seja maior. Os animais podem apresentar quadros de diarreia e desenvolver problemas digestivos.
Assim como o leite de vaca, o de cabra também não é indicado para alimentar cães e gatos porque apresenta muita lactose e pouca quantidade de proteína e gordura para esses animais. O leite materno também não deve ser uma alternativa, já que ele satisfaz somente as crianças, não oferecendo os nutrientes necessários para o desenvolvimento saudável dos pets.
A recomendação dos especialistas para alimentar os filhotes de cachorros e gatos é utilizar os “sucedâneos do leite”, produtos industrializados que são formulados para atender as necessidades dos pets.
Também é indicado oferecer, em poucas quantidades, as papinhas feitas com ração de qualidade para os filhotes.
No caso dos animais adultos, todos os nutrientes necessários podem ser obtidos através da ração de boa qualidade.
É #FAKE que suco de quiabo salva cachorro de cinomose e parvovirose
Circula pela internet a informação de que suco de quiabo é um remédio natural e infalível para salvar cachorros contra cinomose e parvovirose. A mensagem é #FAKE.
“É fake, é fake”, diz a professora aposentada Mitika Hagiwara, que durante 40 anos deu aula no Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (FMV-USP).
Mitika afirma que a cinomose é uma doença de difícil tratamento. Ela destaca que, quando o animal está realmente doente, com apresentação de sintomas neurológicos, cabe apenas um tratamento de suporte até que se recupere, o que nem sempre é possível. A médica afirma ainda que não há nenhuma comprovação científica de eficácia de alguma receita caseira.
Segundo ela, no entanto, qualquer suco, e não apenas o de quiabo, pode auxiliar na hidratação do cachorro, o que pode ajudar de alguma forma na recuperação do animal. “Se você der soro caseiro, soro de hidratação, tem o mesmo efeito”, diz.
Graduada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), doutora e mestre pela Faculdade de Medicina Veterinária da USP e técnica do Hospital Veterinário da Universidade Federal da Bahia, a médica Ludmila Moroz afirma que, apesar de o suco de quiabo ser nutritivo, ele não pode proporcionar a cura da cinomose e da parvovirose.
“Essas doenças são de alta morbidade, mas ainda assim, tratáveis. No entanto, não pelo quiabo”, afirma.
Para ela, esse tipo de alimento pode ser, no máximo, uma comida de suporte. Moroz indica que cachorros com suspeita de doenças como cinomose e parvovirose sejam levados a tratamento médico imediato.
“Não há possibilidade de fazer tratamento em casa. Tem que internar”, diz. A médica conta que já ouviu falar bastante neste boato. “Todo mundo já ouviu falar.”
Clínicas veterinárias têm publicado posts com advertências sobre o uso do suco de quiabo como alternativa ao tratamento. Elas alertam que o suco não combate os vírus da cinomose e da parvovirose e, por isso, é importante levar o animal para se tratar.
As clínicas afirmam que o animal que sobreviver após tomar o suco sobrevive também sem ele e que o uso do suco pode, na verdade, prejudicar, pois pode fazer com que o dono demore a levar o animal para realizar o tratamento adequado.
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