Como capturar castores (com imagens)

Os castores estão destruindo a Patagônia. Simples assim.

Desde que foram introduzidos em 1946 numa tentativa de acelerar o mercado de peles no Chile, castores vêm se espalhando até o extremo da América do Sul e destruindo florestas em seu caminho, destruindo uma das regiões mais intocadas do mundo.

Parece surreal, certo? Mas quando o chefe do programa de vida selvagem invasiva do Chile virou para nós e disse “eles estão tentando colonizar o continente”, nós tivemos uma visão muito mais clara dos roedores dentuços e regrados marchando pela Patagônia.

Castores não são famosos por serem invasivos. Eles são engenheiros do ecossistema que fazem com que qualquer cenário gélido e molhado passe por uma destruição radical até se transformar em seu habitat natural.

Mas no sul da Patagônia, esses hidrólogos peludos estão derrubando florestas inteiras e criando diques que inevitavelmente causam alagamentos, que acabam afogando árvores e afastando as espécies endêmicas da região.

(Para ser sincero, humanos já tiveram bastante interesse em criar diques ainda maiores na região, mas o maior projeto sobre o assunto foi abandonado no começo do ano.)

Como Capturar Castores (com Imagens)

Olha só que ameaça mais fofa!

Junte um monte dessas criaturinhas em um só lugar e elas são capazes de descarrilar um ecossistema, e alagamentos causados por seus diques podem também destruir pontes e estradas.

De acordo com um documento publicado pelo Serviço de Pecuária do Chile (SAG), em 2013, o governo chileno estimou que o impacto direto dos castores nas florestas tinha um custo aproximado de US$ 1,8 milhão.

O documento também diz que os efeitos secundários da degradação das florestas (principalmente em termos de perde de serviços do ecossistema) são difíceis de estimar, mas são “certamente estão crescendo de forma exponencial”.

Tudo começou com um plano de ​importar 25 pares de castores do Canadá para a Terra do Fogo, na Argentina e no Chile, com o intuito de aumentar o mercado de peles em regiões do continente com uma economia ainda fraca, mas desde então isso se tornou algo fora de controle.

Sem nenhum predador natural em seu caminho, a expansão dos castores se tornou desenfreada. O governo chileno estima que a população de castores na Patagônia já tenha passado da casa dos 100 mil e atesta que a população já afetou 23.500 hectares de floresta. Outros estudos dizem que a população de castores já cobre uma área de pelo menos ​70 mil quilômetros quadrados da Patagônia.

Na tentativa de conter a população de castores, a Argentina e o Chile fizeram um acordo binacional para promover a caça comercial e recreacional de castores.

Após perceber que isso não seria o suficiente, os governos aumentaram as táticas de erradicação; recompensas foram criadas para a captura de castores e pela venda de sua cauda, pelo e carne, no intuito de criar um mercado de produtos vindos de castores.

Durante nossas filmagens, encontramos criadores de armadilhas financiados pelo governo, biólogos empunhando rifles e chefs famintos por castores, todos querendo que o animal dentuço seja eliminado de forma responsável. No entanto, apesar do objetivo de eliminar qualquer castor que apareça, nenhum dos programas conseguiu frear a expansão territorial dos castores, e o desequilíbrio do ecossistema regional continua crescendo.

A sede de destruição dos castores é mais visível nos cemitérios de árvores que eles deixam para trás, principalmente em um ambiente em que poucos predadores se apresentam. Atualmente, nenhum dos dois governos foi capaz de encontrar uma forma sustentável de eliminar os castores. Enquanto isso, caçadores e entusiastas continuam atrás dos animais.

Argentina pretende matar 100.000 castores para salvar florestas nativas

Como Capturar Castores (com Imagens)Bosque destruído pelos castoresMaría Fernanda Menvielle

Em 1946, a Marinha da Argentina soltou 20 castores canadenses na Terra do Fogo (Patagônia), um arquipélago no extremo sul do país, para fomentar a indústria de produtos feitos com a pele desses animais. No entanto, a ideia não convenceu os escassos habitantes da inóspita ilha, que se converteu em um paraíso para os roedores: tinham florestas abundantes onde se alimentar, rios nos quais construir suas represas e nenhum predador natural – como ursos e lobos – à vista. Depois de 70 anos, o número de exemplares da espécie exótica invasora se multiplicou por 5.000 e levou à destruição de uma área de bosques equivalente a quase duas vezes o tamanho da cidade de Buenos Aires. O impacto da presença desses animais se assemelha ao da explosão de uma bomba. “O que antes era mata de galeria (floresta que forma corredores ao longo dos rios e áreas úmidas), agora é um campo com árvores cortadas, mortas e afogadas”, conta ao EL PAÍS o biólogo Andrés Schiavini, o integrante do Centro Austral de Investigações Científicas (Cadic) encarregado de um desafio titânico: erradicar os castores da Terra do Fogo para salvar as florestas nativas.

As árvores ribeirinhas do Hemisfério Norte, como os salgueiros e os álamos, voltam a brotar quando são cortadas por um castor. No entanto, as lengas, os ñires e os coigües, espécies nativas da Terra do Fogo, território compartilhado por Argentina e Chile, evoluíram sem este roedor, e morrem quando eles as cortam.

Seu crescimento é, além disso, muitíssimo mais lento: uma lenga leva entre 80 e 100 anos para alcançar 15 metros de altura.

E um castor demora apenas alguns poucos dias para derrubá-la, e, no caso de exemplares mais jovens, com troncos de entre 20 e 30 centímetros de diâmetro, são suficientes umas poucas horas de trabalho com seus dentes afiados.

Com os pequenos ramos cortados, esses roedores constroem represas perfeitas. Em seu habitat natural, no hemisfério norte, essas estruturas servem para proteger os castores de seus predadores, mas, na Patagônia, representam um sistema de defesa desnecessário. Além disso, causam a morte das raízes das árvores, que ficam submersas.

“Quando vi a vegetação me lembrou a Polônia na Segunda Guerra Mundial, quando todos os grandes bosques tinham sido bombardeados, incendiados e destruídos. O que aconteceu aqui? A presença do castor”, afirma o naturalista Claudio Bertonatti no documentário Castores: a Invasão do Fim do Mundo, de Pablo Chehebar e Nicolás Iacouzzi .

A população local tem uma relação ambígua com o animal invasor. Um dos principais atrativos turísticos da ilha é a Colina do Castor, e uma pessoa, vestida como o simpático mascote, distribui folhetos turísticos aos visitantes de Usuhaia.

Além disso, a carne do roedor pode ser encontrada em restaurantes da cidade, situada a 3.100 quilômetros ao sul de Buenos Aires. No entanto, as autoridades da Terra do Fogo o declararam “espécie nociva e prejudicial” em 2006. “Os danos não são apenas ambientais.

O castor gera também problemas de saúde, econômicos e culturais”, adverte o secretário de Política Ambiental, Mudança Climática e Desenvolvimento Sustentável do Governo argentino, Diego Moreno.

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Esses roedores destroem pontes de madeira, obstruem tubulações para construir suas represas e são uma ameaça para o consumo de água porque podem transmitir doenças e parasitas através de sua urina ou excrementos que contaminam os rios.

As autoridades insistiram que os habitantes caçassem os animais e vendessem suas peles, mas a medida não funcionou porque ninguém se atrevia a adentrar zonas mais isoladas.

A redução das populações de castores em suas tocas também foi insuficiente.

A situação passou a ser considerada alarmante em 1994, quando o primeiro indivíduo foi visto no continente sul americano, e se tomou consciência de que se saíssem do arquipélago, o desastre seria muito maior.

Em 2008, a Argentina e o Chile assinaram um acordo binacional para a erradicação dos castores, e nos próximos meses se colocará em prática um projeto piloto. “Há uma ou duas colônias de castores por cada quilômetro de rio. Queremos retirar todos os animais, o mais rápido possível, de oito dessas áreas.

Acredito que podemos fazer isso em um mês e meio, mas é uma aproximação, porque é algo inédito”, esclarece Schiavini.

Ele estará à frente de uma equipe de 10 pessoas – preparadas para permanecer vários dias na floresta, enfrentando temperaturas muito baixas, e percorrer grandes distâncias – que usarão armadilhas para capturar e matar os animais de forma rápida, com um golpe na cabeça, segundo o especialista.

Na fase de teste, que servirá para calcular o tempo e o custo de uma erradicação completa, se estima a eliminação de entre 5.000 e 10.000 castores, ou seja, um máximo de 10% da população total, que supera 100.000 indivíduos. O projeto é coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente e conta com apoio financeiro da Organização das Nações Unidas (ONU).

A decisão é polêmica, mas está respaldada por organizações ambientalistas, como a Vida Silvestre. “Os castores são mais um exemplo da introdução de animais exóticos em nosso país, com fins econômicos, de entretenimento ou controle de pragas, que geram um grave problema de preservação”, afirma o diretor de Conservação da ONG, Manuel Jaramillo.

No total, há registros de mais de 400 espécies exóticas invasoras na Argentina. E Jaramillo denuncia, também, que elas colocam em perigo a fauna e a flora nativas e, nos casos extremos, provocam sua extinção.

“Infelizmente, apesar de terem tentado utilizar métodos não letais, nenhuma dessas técnicas foi bem-sucedida ao redor do mundo”, ressalta Jaramillo, que cita como exemplo a tentativa de controlar a taxa de natalidade dos cervos nos Estados Unidos. “Seria necessário fazer isso com pelo menos 80% da população (de castores), uma vez ao ano, durante 10 anos. Isso é inviável na Terra do Fogo”, especifica Jaramillo.

A estratégia elaborada para eliminar uma espécie exótica é inédita na Argentina, mas não no continente.

O Equador acabou com a praga de cabras nas Ilhas Galápagos – que devastaram a vegetação e deixaram as tartarugas gigantes à beira da extinção – com um sistema de caça realizado através de helicópteros.

A Argentina quer riscar os castores do mapa de seu território, e o projeto piloto permitirá saber se esse objetivo pode ser cumprido ou não.

represa do castor – Beaver dam

Represa do castor no Algonquin Park , em Ontário, Canadá

Represas do castor ou represamentos castor são represas construídas por castores para fornecer lagoas como proteção contra predadores, como coiotes, lobos e ursos, e para facilitar o acesso à alimentação durante o inverno. Estas estruturas modificar o ambiente natural, de tal forma que o ecossistema global se baseia na mudança, tornando castores uma espécie chave . Beavers trabalhar à noite e são construtores prolíficos, carregando lama e pedras com seus fore-patas e madeira entre os seus dentes.

Construção

Represa do castor em Lassen Volcanic National Park

Um nível mínimo de água de 0,6 a 0,9 metros (2,0 a 3,0 pés) é necessária para manter a entrada submarina de castor aloja seja bloqueado pelo gelo durante o inverno. Em lagos, rios e grandes fluxos com bastante água profunda, castores não pode construir barragens e em vez vivem em tocas bancárias e lojas. Se a água não é profundo o suficiente para manter os castores a salvo de predadores e seus lodge entradas livres de gelo, castores construir barragens.

Beavers iniciar a construção por se desviar a corrente para diminuir a pressão do fluxo da água. Ramos e troncos são então empurrados para a lama do leito de modo a formar uma base.

Em seguida, varas, casca (de folha caduca árvores), rochas, lama, grama, folhas, massas de plantas, e qualquer outra coisa disponível, são usados para construir a superestrutura. A altura média de uma barragem é de cerca de 1,8 metros (5,9 ft) com uma profundidade média de água a montante da barragem de 1,2 a 1,8 m.

A espessura da barragem é muitas vezes cerca de 1 m ou mais. O comprimento depende da largura da corrente, mas em média cerca de 4,5 m de comprimento.

Beavers variar o tipo de barragem construído e como eles construí-lo, de acordo com a velocidade da água sobre o fluxo. Em água lentos, eles constroem uma represa em linha reta, enquanto em água em movimento rápido eles tendem a ser curvado.

Vertedouros e passagens são construídos para a barragem para permitir que o excesso de água a escorrer sem danificá-la. Barragens são construídas geralmente mais larga na base e o topo é geralmente inclinado a montante para resistir à força da corrente.

Beavers pode transportar seu próprio peso em materiais; arrastam troncos ao longo deslizamentos de terra e flutuar-los através de canais para obtê-los no lugar.

Uma vez que a barragem inundou área suficiente para a profundidade adequada para formar um fosso de proteção para o lodge (muitas vezes cobrindo muitos acres), castores começar a construção no lodge.

Árvores que se aproximam um diâmetro de 90 centímetros (3,0 pés) pode ser usado para construir uma barragem, embora a média é de 10 a 30 cm. A duração depende do diâmetro da árvore e do tamanho do castor. Existem casos registados de Beavers abate toras de quanto muito 45 m de altura e 115 cm de diâmetro.

Logs deste tamanho não se destinam a ser usados ​​como componentes estruturais da barragem, mas a casca é utilizada para a alimentação, e às vezes para chegar a ramos superiores. É preciso um castor cerca de 20 minutos para cortar uma 15 cm de largura de faia, por roendo um sulco à volta do tronco de uma forma de ampulheta.

mandíbulas de um castor são tão poderosos que podem cortar a 1,5 centímetros de mudas em uma mordida.

Os trabalhos de manutenção da barragem e lodges é particularmente pesada no outono.

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tamanho extrema

Castores Ajudam a Combater as Alterações Climáticas

Em Puget Sound, os castores estão a ser reintroduzidos para aumentar a população de salmões. Como é que isso funciona?

O projeto é fantástico! Os juvenis do salmão não querem viver no canal principal ou arriscam-se a ser levados rio abaixo.

Os juvenis querem um ambiente menos agitado, um habitat de águas tranquilas, como uma piscina natural ou um remanso, onde seja possível manterem-se afastados da corrente e encontrarem alimento sem despender muita energia.

Ao abrandar a movimentação das águas, os castores criam estes habitats fantásticos para os juvenis do salmão.

Isto é particularmente importante para as tribos nativas que habitam a região noroeste dos Estados Unidos, sob a linha do Pacífico, que dependeram, desde sempre, das populações de salmão.

A movimentação dos salmões em todo o território americano decresceu como consequência das barragens, da sobrepesca e da perda de habitat.

Com a reintrodução de castores para recriar o habitat dos salmões, tribos como a Tulalip podem recuperar alguns dos peixes dos quais sempre dependeram e que são parte integrante das respetivas culturas.

Pode-se dizer que pôs as mãos na massa ao fazer pesquisa para o seu livro. Fale-nos sobre essa sua aventura de andar a cheirar os rabos dos castores.

[Ri] No projeto de Methow Beaver, eles tentam encontrar pares compatíveis de castores para realojar enquanto família. Desta forma, a adaptação dos castores é agilizada, e eles começam a erguer barragens exatamente como pretendem os coordenadores do projeto.

Muitas vezes, quando um castor é realojado sozinho, acontece ele começar a deambular pela zona à procura de uma parceira, e o mais certo é acabar comido por um urso ou um puma.

O projeto de Methow Beaver procura encontrar pares de castores compatíveis, tipo um serviço de encontros personalizado para castores. [ri]

Mas os castores não facilitam nada a tarefa de distinção de sexos. Os machos não têm órgãos genitais externos, o que faz todo sentido.

Quando se leva a vida a nadar entre pilhas de troncos e ramos, não dá muito jeito ter umas quantas partes penduradas, correndo o risco de serem repuxadas ou ficarem presas.

[ri] E, a menos que a fêmea esteja a amamentar, não se consegue afirmar com segurança qual o sexo de um castor.

A única forma de distinguir os sexos é usar os dedos para puxar para fora a glândula anal das partes inferiores do castor, espremer umas gotas da secreção que usam para marcar o território e cheirar.

Se o odor se assemelhar ao óleo do motor, é um macho; se cheirar a queijo, é fêmea. [ri] Eu cheirei dois castores, mas não consegui identificar com segurança os respetivos sexos.

O pessoal do projeto de Methow fazem-no sem qualquer dúvida e hesitação e usam este método para formar casais de castores compatíveis.

Conheceu um conjunto de pessoas fascinantes ao longo do processo. Fale-nos sobre Heidi Perryman e a sua organização Worth a Dam.

Heidi é uma pessoa fascinante, uma psicóloga infantil que não sabia muito sobre castores até estes aparecerem, em 2007, na baixa da cidade de Martinez, na Califórnia, onde vive.

Martinez situa-se na área da Baía de San Francisco, a antiga casa de John Muir, e, quando os castores apareceram na cidade, a primeira reação da comunidade foi eliminá-los, porque os proprietários da zona baixa temiam que os animais provocassem danos por inundações.

Não existiam quaisquer elementos que suportassem este receio, mas a reação imediata foi livrarem-se dos castores.

Heidi passou bastante tempo em deslocações aos ribeiros de Alhambra Creek, onde os castores viviam. Heidi filmou e criou um movimento para os salvar. Ao fazê-lo, esta psicóloga tornou-se numa das defensoras dos castores com maior conhecimento e crédito na matéria a nível nacional.

Atualmente, Heidi organiza um festival anual dedicado aos castores na baixa de Martinez.

Como consequência do seu movimento, a cidade rendeu-se aos castores e deixou-os viver, a par das várias gerações de descendentes, e hoje a cidade de Martinez é vista como um modelo de sã coexistência entre humanos e castores.

Muitas das principais autoridades que se preocupam com os castores são pessoas autodidatas, como Heidi.

Conheci antigos agentes imobiliários e médicos que se ocupavam de questões relacionadas com os castores, todo o género de pessoas que não tinham qualquer formação em biologia, mas que contactaram com estas criaturas extraordinárias e ficaram fascinados.

Há inclusive um grupo chamado The Beaver Believers, uma designação informal que os admiradores dos castores gostam de dar a si mesmos. Não é preciso ser-se um biólogo especialista na vida selvagem para se admirar os castores. Basta apenas que seja uma pessoa que passa tempo com estes animais e que admira a sua capacidade para transformar paisagens.

Outra figura carismática é Dave Rosgen, também conhecido por The Restoration Cowboy. Fale-nos sobre esta pessoa e o seu trabalho.

Dave Rosgen é talvez o profissional mais conhecido na área da recuperação e valorização ecológica e paisagística das linhas de água a nível nacional.

Rosgen usa um chapéu enorme e um cinto com fivela e é esse indivíduo conhecido do público em geral, muito seguro de si mesmo, que organiza workshops em todo o país, frequentados por milhares de profissionais do setor.

Em certas regiões, Rosgen é uma figura controversa, por recorrer, por vezes, a maquinaria pesada, como buldózeres, para redefinir o traçado das linhas de água.

Creio que todos os profissionais do setor têm um enorme respeito pelo trabalho de Rosgen, mas há alguns que veem nos castores uma alternativa às técnicas deste profissional.

Em vez de usar maquinaria pesada, é possível erguer barragens artificiais, semelhantes às dos castores, mais leves e menos onerosas, colocando uns quantos troncos sobre uma linha de água, atraindo os castores ao local e levando-os a assumir o controlo.

Rosgen é também ele um admirador de castores e, no seu estilo muito próprio, replica o engenho destes animais com recurso a maquinaria pesada. As abordagens das intervenções nas linhas de água sucedem-se, mas os castores estão cada vez mais na linha da frente da reabilitação de linhas de água degradadas na costa ocidental dos Estados Unidos.

A Grã-Bretanha também está a dar os primeiros passos na recuperação das linhas de água com o auxílio de castores. Fale-nos sobre a sua viagem às Terras Altas da Escócia e sobre o Scottish Beaver Trial.

Os castores foram dizimados até à extinção na Grã-Bretanha no final do século XVIII, mas nos últimos anos têm sido vários os esforços para reintroduzir os castores em Inglaterra e na Escócia, deslocando espécimes da Alemanha e da Noruega. Alguns destes esforços, como o projeto de parcerias The Scottish Beaver Trial, atuam sob o aval e apoio das entidades governamentais. Outros são menos transparentes.

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Fui a Inglaterra no âmbito da divulgação do meu livro e vi ambos os comunicados oficiais, assim como as reintroduções não oficiais, e a imagem é bastante elucidativa! Na Escócia, há ainda alguma resistência entre os agricultores relativamente aos castores, mas o governo escocês reconheceu que se trata de uma espécie autóctone e está a tomar medidas para assegurar a proteção destes animais, pelo que os castores começam novamente e de forma gradual a ser uma parte integrante da paisagem escocesa.

Trata-se de uma questão importante para a Grã-Bretanha, porque é uma região com elevada precipitação e registo de inundações.

Existe um trabalho notável de investigação sobre as colónias de castores que foram reintroduzidas em Devon, no sudoeste de Inglaterra, e que revela que os lagos e as zonas húmidas são essenciais na mitigação dos danos provocados por inundações.

À medida que as inundações avançam rio abaixo, a água fica retida nos lagos, distribuindo-se para o exterior para as zonas húmidas circundantes.

A equipa de investigação de Exeter, em Devon, revelou que os castores engolem cerca de 30 por cento da água durante um forte aguaceiro típico na região. Por isso, muitas das reintroduções de castores no Reino Unido são hoje motivadas pela prevenção de danos provocados por inundações, que é uma função fantástica dos castores.

Diga-nos, Ben, em breves palavras o que adora nos castores e aquilo que, no seu entender, lhes reserva o futuro.

Uma das coisas que adoro nos castores é que são animais pelos quais é fácil sentir empatia. Nós, humanos, adoramos reorganizar a paisagem em nosso redor para maximizar o nosso próprio sentido de proteção, e os castores fazem precisamente o mesmo! Eles são extraordinariamente engenhosos e empreendedores, e eu revejo-me nesse espírito.

Quanto àquilo que o futuro lhes reserva, creio que será muito positivo em vários aspetos. Eu cresci a montante da cidade de Nova Iorque, que foi em tempos um habitat de castores notável. Times Square foi outrora um pântano habitado por castores.

Mas, no início do século XX, a população destes animais foi completamente dizimada por caçadores de peles, pela poluição e pelo desenvolvimento urbanístico. Até que, em 2006, um castor regressou ao rio Bronx, que se tinha revelado incapaz de acolher qualquer forma de vida.

O castor chamava-se Jose, em honra do congressista Jose Serrano, o político local responsável pela recuperação do rio Bronx. Desde então, os castores têm descido até ao rio, e isso é um fator de esperança para muitas pessoas.

É um sinal de que somos capazes de reparar alguns dos nossos maiores erros ambientais.  

Nas minhas viagens, vi castores em áreas selvagens, como Yellowstone. Mas também vi muitos castores em lugares como a baixa da cidade de Martinez, na Califórnia.

Visitei inclusive uma colónia de castores perto do parque de estacionamento de um Wal-Mart, no estado de Utah! [ri] Os castores são animais que vivem muito bem na proximidade de humanos, e, se não interferirmos com a sua natureza, eles podem facilitar-nos a vida em muitos aspetos.

Fazendo uso das palavras de um cientista especialista em castores: “Temos de deixar os castores fazerem o seu trabalho, para que nos possam ajudar a resolver alguns dos nossos problemas ambientais mais graves.”

Esta entrevista foi editada por motivos de extensão e clareza.

Você sabia que um extrato genital de castor tem aroma de baunilha?

Você sabia que alguns alimentos industrializados que você come, ou já comeu um dia, podem conter uma substância extraída da região próxima das glândulas anais de um castor? Antes que você ache nojento, saiba que esse composto não tem cheiro ruim não. Tanto que ele tem um odor almiscarado de baunilha e pode servir para realçar esse aroma em alguns alimentos doces, como biscoitos, balas e sorvetes.

Chamada de castóreo, essa substância é secretada pelos castores para fins de marcação de território e impermeabilização dos pelos. Para a indústria, o composto é aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos, sendo aprovado como um aditivo seguro, que tem sido usado na produção de alimentos e também de perfumes por pelo menos 80 anos.

O castóreo é um composto químico que vem dos sacos de rícino de um castor, que estão localizados junto das áreas genitais do animal, entre a pélvis e à base da cauda. Devido à sua proximidade com as glândulas anais, o castóreo é, muitas vezes, uma combinação de secreções dos sacos de rícino, das glândulas anais e de urina. 

Fonte da imagem: Reprodução/BMackie

Joanne Crawford, uma ambientalista da Universidade do Sul de Illinois, afirma ao National Geographic que o composto é perfumado e tem uma consistência de melaço, sendo de um tom amarelo-acastanhado.

Mesmo vindo de uma área bem “suspeita”, diretamente do traseiro do animal, este composto químico traz o aroma agradável, pois é um produto da dieta original do castor, que se alimenta apenas de folhas e cascas.

Aroma natural

Apesar de ser parte da composição de alguns alimentos, não são muitas fábricas que realmente utilizam o castóreo. Isso porque é muito difícil de adquiri-lo, pois exige um tipo de “ordenha” complicada para ambas as partes. Para o animal, ele precisa ser anestesiado e, com isso, ficar disponível para alguém extrair a substância, o que também não deve ser nada agradável.

Talvez por essas razões o consumo de castóreo é bastante pequeno, sendo cerca de 292 libras (132 quilos) anuais e está diminuindo na indústria também devido às leis ambientais. E se você está preocupado se está comendo alguma coisa com castóreo, saiba que ele pode vir disfarçado na lista de ingredientes como “aroma natural”.

Vale esclarecer uma confusão que muita gente faz com algumas substâncias que acham que supostamente são extraídas do castor.

Em alguns cosméticos ou alimentos (dos Estados Unidos ou Inglaterra) você pode ver no rótulo o uso de “castor oil”.

Fique calmo (principalmente se você é um vegano)! Isso não é “óleo de castor” e sim óleo de rícino extraído da mamona, planta que em inglês é chamada de “castor bean”. 

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