
“O amor de um homem é expresso de três maneiras: ele declara publicamente seus direitos sobre você, a protege e a mantém”, diz Steve Harvey, o autor do sensacional livro “Comporte-se Como uma Dama, Pense Como um Homem”.
Parte dessa afirmação é questionável: hoje, muitas mulheres não aceitam a necessidade de ser mantidas ou protegidas por homens. Mas elas (e, claro, também eles) definitivamente precisam de amor se tiverem iniciado um relacionamento.
No entanto, é verdade que às vezes as mulheres tendem a ver o amor onde ele definitivamente não está.
Às vezes, acontece que o homem não diz nada, mas a mulher sente que algo está errado. O Incrível.club reuniu 10 sinais claros de que um homem não tem sentimentos fortes por você. Analise cuidadosamente seu comportamento nas situações descritas abaixo.
A linguagem do amor consiste em palavras ternas, carícias, abraços e beijos.
Quando dizemos ao nosso parceiro “xuxuzinho”, “minha vida” ou “gatinho”, o que realmente fazemos é criar uma atmosfera íntima e especial, compartilhada apenas entre duas pessoas.
A escolha do nome afetuoso acontece inconscientemente, e mostra como é o tratamento no casal, quem domina no relacionamento e o quanto ele é equilibrado.
A propósito, os homens precisam de carícias tanto quanto as mulheres.
Pesquisadores americanos entrevistaram mil casais e descobriram que os maridos que beijam e abraçam suas mulheres muitas vezes se sentem 3 vezes mais felizes no casamento do que aqueles que não o fazem.
Então, se seu parceiro se fecha toda vez que você o abraça e diz “meu gatinho” (ou qualquer outra que seja a palavra), a razão não é sua condição de homem duro. Por mais triste que seja, é mais provável que o sentimento por você tenha esfriado.
Há um ditado sábio de Omar Caiam: “Em um ser amado, você gosta até dos defeitos, e em pessoas não amadas até mesmo as virtudes irritam”. Para um homem que realmente ama, você sempre ficará linda, até desgrenhada e com um pijama herdado da avó.
Você nem perceberá que ganhou um par extra de quilos depois das festas do final do ano, se não contar a si mesmo. Mas, se um homem constantemente manda você para a academia ou insinua que você precisa de uma cirurgia plástica, não se apresse em agradá-lo. O mais provável é que, se ele não gosta da sua aparência, é porque não gosta de você.
E mesmo se você perder peso, ele ainda encontrará algum defeito para fazer alguma crítica depois.
As mulheres tendem a discutir problemas de relacionamento ou os defeitos de seus parceiros com as amigas, mas os homens em geral preferem não ventilar os conflitos externamente. Ninguém é perfeito, mas as pessoas que realmente amam se concentram nas virtudes de seu parceiro, não em suas deficiências.
Se o seu parceiro se permite humilhá-la publicamente e rir de seus erros, não espere nada de bom desse relacionamento. Seu parceiro não respeita você e, sem respeito, um relacionamento sólido e forte é impossível. Ao criticá-la na frente de outras pessoas, inconscientemente tenta mostrar aos outros (e a você mesma) que a culpa é sua por ele ter parado de amá-la.
As mulheres muitas vezes se queixam das meias do homem espalhadas pela casa, mas isso não significa que elas também não têm hábitos estranhos ou que os tiram do sério.
Elas podem gostar de levar 2 horas para tomar banho e passar a mesma quantidade de tempo conversando com a mãe pelo Skype; ocupar o armário inteiro com suas coisas, pegar comida do prato do namorado no restaurante para experimentar; cantar a mesma música boba o dia todo.
Ao mesmo tempo, os homens que amam, em geral, suportam tudo isso com naturalidade e permanecem em silêncio ou reagem com humor. Mas, se o homem começou a fazer comentários constantes sobre qualquer pequenez, o único sentimento que ele ainda tem por você é o da irritação.
Os cientistas mostraram que um homem é capaz de ouvir atentamente uma mulher por apenas 6 minutos.
Então, queridas amigas, mantenham isso em mente quando planejarem uma conversa importante com seu parceiro.
Os assuntos sobre os quais um homem acha mais difícil se concentrar são: pessoas desconhecidas, a vida de celebridades, compras, moda e dietas. São coisas sobre as quais é melhor fofocar com as amigas.
E, ainda, se um homem vê que você realmente quer lhe dizer algo, ele fará um esforço e escutará atentamente, até mesmo se o tópico não o interessar nada. Se ele a ama, não a deixará desatendida.
Mas se mudar de assunto ou fugir para fazer suas coisas toda vez que você tentar conversar, é provável que não esteja interessado em suas preocupações.
Consequentemente, também não pretende resolver os problemas acumulados no relacionamento.
Os homens parecem não poder suportar as lágrimas das mulheres. E uma explicação científica foi recentemente encontrada para isso: verifica-se que as lágrimas femininas contêm substâncias voláteis especiais que reduzem os níveis de testosterona no sangue dos homens (e, consequentemente, do desejo sexual também).
Na verdade, quando você chora, um homem prefere fugir. Mas se ele a ama, vai resistir a esse desejo e tentar consolá-la com todas as suas forças, mesmo que a razão de suas lágrimas pareça trivial. Só ficará calmo quando um sorriso voltar a brilhar em seu rosto. Mas se ele não a ama, suas lágrimas serão apenas outra razão para ele ficar com raiva.
Flertar é muito útil para os relacionamentos. É uma ótima ferramenta para reacender sentimentos e superar a rotina quando o casal está junto há muito tempo.
As mensagens de texto picantes, as insinuações intrigantes, as fotos lúdicas: são coisas que ajudam a despertar o interesse mútuo, como nos primeiros dias do relacionamento.
É claro que é muito importante que ambos os parceiros respondam ativamente ao flerte um do outro.
Mas se você já enviou 10 selfies eróticas em poses diferentes para seu amado e quebrou a cabeça inventando novas piadas de paquera, e a reação do homem é nula, deixe esta tarefa desagradável de lado. E é provavelmente uma boa ideia deixá-lo também.
Para um homem que ama, os pedidos e desejos da mulher amada sempre estarão em primeiro lugar (e não os de amigos ou parentes distantes).
Na verdade, os homens gostam de ajudar as mulheres: isso lhes dá a oportunidade de demonstrar como são grandes, fortes e responsáveis. É claro que há momentos em que o homem não pode se ajudar.
Por exemplo, pode ser que ele não saiba como consertar uma torneira pingando, mas ele definitivamente não deve deixar você resolver o problema sozinha. Em qualquer caso, você vai acabar chamando um encanador.
Mas se até mesmo seus pedidos mais inocentes, tipo “amor, ajude-me a trocar a lâmpada, por favor” são recebidos com grunhidos e como uma tarefa impossível, vale a pena considerar: ele não estará ajudando outra mulher, e com muito mais entusiasmo ?
Acontece que até os macacos podem sentir inveja de seus parceiros em relação a outros machos. O ciúme surgiu no curso da evolução como forma de manter a integridade do casal.
Inconscientemente, o homem quer afirmar seus direitos sobre as mulheres, ser o único “dono” de sua beleza. Por isso, é bastante natural que seu parceiro comece a ficar nervoso quando outro “macho” presta atenção em você.
Mas é claro que as pessoas não são macacos, e os ataques de ciúme excessivo só prejudicam um relacionamento.
Mas quando um homem é absolutamente indiferente aos sinais de atenção que outros homens demonstram em relação à parceira, esse é um sinal alarmante. Ele não quer mais lutar por ela e tentar ser melhor para que ela não vá embora com outro.
A necessidade de proteger os entes queridos também é básica dos homens. E ser protegida é uma necessidade natural das mulheres. E, embora os homens modernos não precisem mais proteger as mulheres de predadores e das tribos selvagens, em nosso mundo há perigos de sobra.
É por isso que é mais do que natural, para o homem que ama, ficar preocupado quando sua parceira volta tarde do trabalho ou está sozinha em um lugar ou com uma companhia desconhecida. Se ele não pode estar por perto, pelo menos vai ligar e ter certeza que ela está bem.
Ao proteger uma mulher dos perigos (reais ou imaginários), o homem se sente como um super-herói.
Portanto, se você não recebe proteção e apoio do homem em situações difíceis (por exemplo, está indo para casa sozinha à noite, se perdeu em uma cidade desconhecida ou seu chefe gritou com você mas seu parceiro não se importa), esse é um sinal muito ruim. Ou seu parceiro é um covarde ou simplesmente não a ama. E por que você vai querer alguém assim?
E que tipo de comportamento teria alertado você? Conhece outro? Compartilhe com a gente na seção de comentários abaixo.
Ilustradora Anna Syrovatkina exclusivo para Incrível.club
12 coisas que um homem faz quando ama de verdade uma mulher
Os homens costumam ser mais sutis em suas demonstrações de amor, portanto é preciso um olhar mais atento para perceber os sinais.
A maneira de amar dos homens é muito diferente da das mulheres, mas se engana quem pensa que eles não demonstram os seus sentimentos. Eles costumam ser mais sutis em suas demonstrações de amor, portanto é preciso um olhar mais atento para perceber os sinais.
Para ajudar você a identificar sinais de amor que o homem ao seu lado lhe demonstra, listamos abaixo 12 coisas que eles fazem quando estão verdadeiramente apaixonados por uma mulher.
Procure-as em seu relacionamento.
1. Cria apelidos
Apelidos fofos são uma das maneiras de os homens demonstrarem amor. Eles a chamam por nomes carinhosos, mesmo nos momentos desafiadores da relação, e fazem com que você sempre saiba que é especial e única em sua vida. Os apelidos são uma parte importante para eles.
2. Diz que a ama
Quando um homem realmente ama uma mulher, não tem medo de demonstrar os seus sentimentos, ele fala que a ama em todas as oportunidades possíveis e faz com que suas ações comprovem suas palavras.
3. Convida-a para se divertir ao seu lado
Os homens têm os hobbies próprios, que nem sempre são parecidos com os das mulheres, mas quando eles realmente as amam e querem estar perto delas, convidam-nas para passar tempo ao seu lado. Sentem o desejo de apresentar-lhes mais sobre o seu mundo e desejam criar um vínculo mais profundo com elas.
4. Faz de você uma das suas prioridades
Um homem que ama de verdade faz de sua mulher uma das principais partes de sua vida. Ele pensa nela antes de fazer qualquer coisa e está disposto a abrir mão de algumas coisas pelo bem da relação. Ele a considera indispensável, por isso sempre se esforçará para estar feliz ao seu lado.
5. Confia nela
Um homem que ama a mulher de verdade confia em sua companheira. Ele não a expõe a momentos desagradáveis de ciúme e insegurança, porque sabe quem está ao seu lado, e prioriza o diálogo.
6. Faz muitos elogios
Esse homem não poupa elogios, gosta de demonstrar seus sentimentos e quer que sua parceira se sinta bonita, amada e apreciada a todo momento. Ele quer que ela se sinta bem todos os dias, e faz sua parte para que isso aconteça.
7. Não coloca todas as responsabilidades nos ombros dela
Faz questão de dividir as responsabilidades, pois sabe que a relação é um trabalho de dois e sempre faz a sua parte para que as coisas fluam da melhor maneira possível. Ele não reclama e não briga, ajuda com um sorriso, porque sabe que está fazendo o certo.
8. Surpreende
Ele nunca deixa nenhum momento importante passar em branco nem permite que a relação caia na rotina. Sempre que possível, surpreende sua parceira com novas aventuras e oportunidades de fortalecer ainda mais o seu vínculo. Ele quer que ela saiba que sua relação é verdadeiramente importante.
9. Pede opinião
Ainda que ele não precise de sua aprovação, faz questão de pedir sua opinião sobre determinados assuntos, porque respeita você, sabe que você terá algo bom e inteligente para dizer, e gosta de dividir coisas de sua vida com você.
10. Reconhece os esforços da parceira
O homem que ama uma mulher é capaz de enxergar além do superficial, ele vê tudo o que ela faz de incrível em seu dia a dia e faz questão demonstrar gratidão e respeito por ela.
11. Compromete-se com o relacionamento
Os homens que amam suas companheiras se comprometem com todas as áreas dos relacionamentos, eles assumem suas responsabilidades e dão o seu melhor a cada dia para que as coisas fluam da melhor maneira possível.
12. Não tem vergonha de se desculpar por seus erros
Os homens de verdade, que amam e respeitam as mulheres ao seu lado, não têm vergonha de se desculpar. Eles não acreditam que isso os torna fracos ou inferiores, pelo contrário, sabem que apenas ajuda o seu relacionamento a ser cada vez mais forte. Eles sempre querem ser melhores e fortalecer a união com quem amam.
Esses são alguns comportamentos característicos dos homens que amam as suas mulheres. Quanto mais deles você identificar em seu parceiro, melhor para a sua relação.
Compartilhe as dicas com suas amigas, marque-as nos comentários abaixo!
Texto escrito com exclusividade para o site O Segredo. É proibida a divulgação deste material em páginas comerciais, seja em forma de texto, vídeo ou imagem, mesmo com os devidos créditos. Direitos autorais da imagem de capa: filme “O amor não tira férias” (2006).
Como um Homem deve Amar uma Mulher
Cerca de 26 frases e pensamentos: Como um Homem deve Amar uma Mulher
Sou calma sim, tranquila sim… e assim como todos os seres humanos também desconfio. O que me difere de alguns é que eu desconfio, mas não julgo. Ao contrário de muitos eu me sensibilizo e vou atrás pra saber o do porque da pessoa ser ou estar agindo dessa ou daquela maneira e se for o caso ajudar.
Há quem me julgue duas caras por eu ser assim, mas isso é a opinião delas, e a opinião delas não significa que eu devo ser como me julgam ser. Agradeço todos os dias por Deus existir, pq Ele me entende e olha para o meu coração e me protege dos maus julgadores!!!
E quer saber? Eu entendo alguns maus julgadores.
Talvez seja muito difícil pra eles entenderem esse meu jeito de não me afastar daqueles que eles julgam ser os excluídos dos seus grupos, pelo simples fato de que são pessoas machucadas pela vida, e a tendência das pessoas machucadas é de autopreservação, se fecham, se defendem e até atacam quando “acham” que estão sendo ameaçados.
Não espero compreensão de ninguém, apenas digo que também já fui muito magoada, machucada tanto emocional quanto fisicamente e mesmo com as agruras da vida, me tornei uma pessoa que sempre busca enxergar o lado bom das coisas e pessoas.
E posso te afirmar que mesmo que alguém me faça o mal, na hora eu fico triste, chateada, mas por ser assim desse meu jeito, eu supero as dificuldades com mais facilidade e isso é a recompensa que Deus me deu de não ter me tornado uma pessoa amarga como tantas se tornaram dando a desculpa de que a vida me fez ser assim!!!
Claudia Homem
Inserida por
claudiahomem
Procuro um homem intenso.
Procuro um homem que vá me amar como amam os personagens dos livros, mas não é um amor qualquer de romance de banca.
Quero um amor que vá compreender as ondas do meu íntimo e que não fuja quando eu chorar.
Não quero um amor eterno, mas quero um amor que, na minha alma, fique a vida inteira.
Bella Prudencio
E então perguntei ao poeta. – Como é possível o homem amar sem dor?
– Srº Anderson, nem sempre as lágrimas representam tristezas, nem sempre as quedas representam derrotas, nem sempre está no mais alto representa ser melhor, nós é que entendemos as coisas sempre pelo lado negativo, e deixamos nossas frustrações e medos tomarem conta dos bons sentimentos.
Jean Carlos B. Cezar
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jeancarlosjc
Portanto,eu torno a dizer: um homem deve amar sua esposa como parte de si próprio; e a esposa deve cuidar de respeitar profundamente o seu marido – obedecendo, elogiando-o e honrando-o. Efésios 5:33
MGT
Você só precisa de um homem para amar você. Mas que te ame como a liberdade de um incêndio, louco como a lua, sempre como amanhã, súbito como uma inspiração e insuperável como as marés. Apenas um homem e tudo isso.
C. JoyBell C.
- I Want Love (Elton John) Quero amar Quero amar, mas é impossível
Um homem como eu, tão irresponsável
Um homem como eu está todo dilacerado
Outros homens sentem-se liberados Não posso amar com tantas feridas
Não sinto nada, apenas frio
Não sinto nada, apenas velhas cicatrizes
Que vão endurecendo meu coração Mas eu quero amar, de um jeito diferente
Quero um amor que não me decepcione
Que não me oprima, nem me prenda
Quero um amor sem grandes pretensões
É o amor que quero, quero amar Eu quero amar do meu próprio jeito
Igual a tudo o que aprendi
Carrego uma bagagem pesada demais
Tenho enfrentado tanto movimento Então traga-o, já fui machucado
Não me dê um amor honesto e tenro
Estou preparado para o mais difícil
Sem um romance carinhoso, pra mim já bastou Um homem como eu está todo dilacerado - Outros homens sentem-se liberados
Elton John
O fato de um homem ter várias mulheres ao mesmo tempo e não amar nenhuma pode ser considerado como distúrbio mental, pelo menos, eu penso assim. O pior da história é que a verdade sempre aparece, e quando essas mulheres descobrirem que têm como amante o mesmo homem, a única forma feminina que restará a ele será a fria solidão.
Poeta Júnio Liberato
Inserida por
poeta_liberato
O que faz com que uma pessoa se apaixone por outra?
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AMOR
O Início
O Meio
O Fim
“Quer viver um grande amor? Pergunte-me como.” Parece uma promessa de charlatão – afinal, não existe nada mais imprevisível que a paixão, certo? Milhões de palavras foram gastas, ao longo dos séculos, para descrever os mistérios dela.
Do matemático Blaise Pascal (“o coração tem razões que a própria razão desconhece”) ao físico Albert Einstein (“como a ciência poderia explicar um fenômeno tão importante como o amor?”), todas as maiores mentes da humanidade se declararam impotentes frente aos mistérios e caprichos da paixão. Elas estavam erradas.
A ciência está começando a descobrir que existe, sim, lógica no amor. E, quem sabe, até uma fórmula. Matemáticos da Universidade de Genebra estudaram 1074 casamentos, analisando diversas características dos cônjuges, e chegaram a uma fórmula do que seria o par ideal – com maior taxa de felicidade e menor risco de separação.
A mulher deve ser 5 anos mais jovem e 27% mais inteligente do que o homem (o ideal é que ela tenha um diploma universitário, e ele não).
E é preciso experimentar bastante antes de decidir: uma análise feita pelos estatísticos John Gilbert e Frederick Mosteller, da Universidade Harvard, apontou que, se você se relacionar com 100 pessoas durante a vida, suas chances de encontrar o par ideal só chegam ao auge na 38ª relação. Faça tudo isso e você será premiado com 57% mais chance de ser feliz.
Mas, se você achou essas condições meio sem sentido, ou no mínimo difíceis de seguir, acertou. As conclusões são puramente estatísticas, ou seja, projetam um cenário ideal e não levam em conta as decisões que as pessoas realmente tomam: praticamente todos os casais estudados pelos cientistas suíços (para ser mais exato, 99,81%) não viviam seguindo à risca a fórmula. Afinal, as pessoas não são equações. São uma pilha de neurotransmissores, hormônios – e experiências.
Imagine que você está numa festa. Muita gente interessante, troca de olhares, azaração. Na dança do acasalamento humano, os homens dão mais valor à beleza e à juventude – e as mulheres estão mais preocupadas com o nível socioeconômico do parceiro (sim, isso inclui dinheiro). Você provavelmente já sabe disso. É universal.
“Num levantamento que fizemos com 10 mil pessoas, em 37 países, essas diferenças sempre se mantiveram – independentemente de local, habitat, sistema cultural ou tipo de casamento”, afirma o psicólogo evolutivo David Buss, da Universidade do Texas, em seu livro A Evolução do Desejo.
O que você não sabe é que essa diferença não é um clichê sexista – tem uma explicação cerebral. Quando o homem olha uma foto de sua mulher ou namorada, sua atividade cerebral se concentra nas áreas de processamento visual – como a área fusiforme, que processa as imagens de rostos.
Já quando a mulher vê o homem, aciona circuitos relacionados a memória, atenção e motivação – como o corpo do núcleo caudato e do septo. Conclusão: para as mulheres, a beleza realmente não é o principal.
Ela é importante. Mas não é um objetivo em si; é um instrumento que a mulher usa para descobrir mais sobre o homem. Um estudo da Universidade de Michigan comprovou que, quando estão cogitando ficar ou ter um caso passageiro, as mulheres costumam preferir homens de traços bem marcados, masculinos.
Mas, na hora de pensar numa relação séria, optam pelos que têm traços mais delicados. Isso acontece porque os homens de traços duros costumam ser saudáveis e passar genes de boa qualidade para os descendentes – e por isso são considerados instintivamente atraentes pela mulher.
Mas eles também geralmente têm mais testosterona – hormônio que aumenta a propensão à violência e à infidelidade.
Em 68% dos relacionamentos sérios (e 53% dos passageiros), as pessoas são apresentadas por um conhecido. Cerca de 60% dos romances surgem em ambientes semiprivados, como escola, trabalho ou uma festa – lugares onde a afinidade entre as pessoas é naturalmente maior. Só 10% dos romances se originam em bares e baladas.
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COISA DE PELE
Homens e mulheres preferem o odor de pessoas cujo sistema imunológico seja complementar ao deles (o que ajuda a gerar descendentes saudáveis). Mas cuidado com a pílula anticoncepcional: ela pode distorcer essa comunicação olfativa, fazendo a mulher perder a capacidade de reconhecer o que a atrai.
PAIXÃO = AVENTURA
Quer fazer o romance engatar? Procure fazer coisas novas e/ou excitantes junto com a outra pessoa – como viajar ou andar de montanha- russa. É sério. Esse tipo de atividade eleva o nível de dopamina no cérebro, ativando os mecanismos relacionados à paixão.
Ou seja: os machões não são bons pares. E parecem estar saindo de moda. Pesquisadores da Universidade de Stirling, na Escócia, apresentaram uma série de fotos de homens para 4 791 mulheres de 30 países, entre eles o Brasil. E descobriram o seguinte: quanto melhor o sistema de saúde de um país, mais as mulheres preferem homens com traços femininos.
Isso acontece porque, existindo menos doenças, as mulheres não dependem tanto de genes superfortes (presentes nos machões) para gerar descendentes saudáveis. E passam a preferir homens com rosto delicado.
Mas o Brasil, caso você esteja se perguntando, ficou em último lugar no estudo – nossas mulheres, junto com as mexicanas, são as que mais preferem homens com cara de machão (Bélgica e Suécia, por outro lado, são o paraíso para os homens delicados).
“Homens muito atraentes costumam ir atrás da estratégia de reprodução mais conveniente para eles: as relações de curto prazo. Já os mais femininos tendem a ser melhores provedores”, afirmou a psicóloga Lise DeBruine, autora do estudo, ao jornal inglês The Guardian.
Seja como for, um pouquinho de feiúra pode até ajudar o homem.
Um estudo feito em 2008 pela Universidade do Tennessee avaliou 82 casais e descobriu que, quando a mulher é linda e o homem apenas razoável, o casal se comporta de forma mais positiva, com mais harmonia e companheirismo.
A tese é que, como o homem está recebendo algo que valoriza muito, a beleza, ele dá duro para manter o relacionamento – o que acaba melhorando seu convívio com a mulher.
Chegue mais perto
Vocês se olharam, se interessaram, alguém tomou a iniciativa de ir falar com o outro. Antes mesmo de abrirem a boca, seus corpos já começaram a se comunicar. Sabe quando as pessoas dizem que “bateu uma coisa de pele”? Isso realmente existe. E tem fundamento científico.
Preferimos pessoas cujo sistema imunológico seja complementar ao nosso, com quem possamos gerar descendentes geneticamente mais variados, com maior capacidade de resistir a doenças.
E, como ninguém tem placa na testa dizendo qual tipo de sistema imunológico tem, o jeito que o corpo inventou de perceber e comunicar isso foi o cheiro.
Ok, o cheiro combinou e vocês partiram para a conversa – que pode ou não dar certo.
O que precisa acontecer para que ela não acabe num silêncio constrangedor depois de 10 minutos? Sua história pessoal, os valores da família, da comunidade, as relações que já viveu, tudo isso ajuda a moldar o que você espera das pessoas – principalmente aquelas com as quais pretende ter algum tipo de relacionamento amoroso. “Enquanto crescemos, vamos criando um conceito da pessoa por quem iremos nos apaixonar, baseado nos exemplos que encontramos por aí. E os parceiros que encontramos podem corresponder a essa expectativa ou não”, explica Semir Zeki, neurologista da University College London e autor de estudos sobre o cérebro das pessoas apaixonadas. Existem muitos testes que ajudam a descobrir qual é o seu tipo de personalidade e saber quais outros combinam com ele.
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Mas o que vai acontecer daqui para a frente no relacionamento tem mais a ver com a dança de hormônios dentro da sua cabeça. Ou você já viu alguém tomar racionalmente a decisão de se apaixonar? A natureza criou 3 mecanismos cerebrais que controlam o amor nos seres humanos: luxúria, paixão/romance e ligação.
O mecanismo da luxúria (desejo sexual) está ligado à quantidade do hormônio testosterona – tanto em homens quanto em mulheres. Já o impulso da paixão e do romance é alimentado pela dopamina. E o terceiro sistema, da ligação e do companheirismo, é alimentado pela ocitocina (na mulher) e pela vasopressina (no homem).
Os 3 sistemas são independentes. Ou seja: uma mulher pode amar o marido, estar apaixonada pelo vizinho e sentir atração pelo Johnny Depp, tudo ao mesmo tempo. Uma confusão só. “É como se houvesse uma reunião de comitê na sua cabeça”, brinca Helen Fisher. E, para complicar ainda mais as coisas, esses sistemas interferem uns com os outros.
Uma coisa leva a outra, principalmente quando as pessoas vão para a cama. O sexo pode aumentar os níveis de dopamina – que provoca paixão e romance. E o orgasmo provoca a descarga de ocitocina e vasopressina – os hormônios da ligação. É por isso que, biologicamente, não existe sexo 100% sem compromisso.
Você sempre corre o risco de acabar se apaixonando por alguém com quem não tinha intenção de se envolver.
E assim foi para vocês. A noite foi incrível, e parece que a paixão está começando a rolar. Como ter certeza? É fácil. Você vai ficar meio aéreo, passar a comer e dormir menos e ficar horas e horas pensando na pessoa amada – um comportamento compulsivo, similar ao dos viciados em drogas.
É isso mesmo: o neurotransmissor da paixão, a dopamina, é o mesmo envolvido nos casos de dependência química. E mexe com uma parte muito profunda do cérebro: o núcleo accumbens, que controla o sistema de recompensa – mecanismo que faz o indivíduo buscar coisas prazerosas (como comida, sexo ou amor).
Ele tem uma influência incrivelmente forte sobre nós. “O sistema de recompensa avisa o cérebro sempre que uma coisa boa está para acontecer.
Ficamos altamente motivados, antecipando o prazer que virá”, diz Suzana Herculano-Houzel, neurologista da UFRJ e autora do livro Sexo, Drogas, Rock’n’roll… & Chocolate – O Cérebro e os Prazeres da Vida Cotidiana.
A partir de agora, sua felicidade depende da outra pessoa. Se ela telefona ou manda um e-mail, você vai ao paraíso. Quando ela some, você vive uma agonia lenta, desesperada. Se você está sentindo tudo isso, comemore. Está apaixonado.
AMOR
O Início
O Meio
O Fim
- Amor
- Como funciona
- Mistérios do cérebro humano
- Relacionamentos – Vida a dois
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Homens que não sabem amar – o que passa na mente de sedutores incapazes de manter um relacionamento
Toda mulher passou ou conhece alguém que tenha passado pelas mãos daquele tipo que faz de tudo para conquistar e depois simplesmente some — ou a troca por outra — sem dar explicação. É quase um clássico na lista de experiências amorosas que acabaram mal.
Mas será que dá para pôr todos esses homens sob o mesmo rótulo e classificá-los simplesmente como grandessíssimos cafajestes? Talvez parte deles seja mesmo, outros provavelmente não estavam a fim (é possível que um homem não goste da gente sem que ele seja necessariamente um cachorro, afinal). Alguns, porém, por mais que queiram, podem apenas não conseguir amar.
Ou, como diagnostica o especialista em relacionamentos amorosos norte-americano Steve Carter, podem ter fobia de compromisso.
Mas como é que a gente identifica, então, se o cara com quem estamos lidando tem boas intenções ou está pronto para fugir a qualquer momento? Existem diferentes padrões de comportamento entre os fujões: há os que desaparecem no dia seguinte, os que mudam de atitude em pouco tempo durante a relação (geralmente curta), os que transformam as qualidades da mulher em defeitos de um dia para o outro e os que traem compulsivamente. Qualquer que seja a história, fica evidente a falta de comprometimento com a relação.
“Um homem com fobia de compromisso é confuso e confunde as mulheres. Ele vive dividido entre a necessidade de amar e um medo incontrolável de se comprometer.
Sua confusão cria um padrão de comportamento tão claro quanto impressões digitais”, diz Carter em seu livro, Homens que não conseguem amar (Sextante, 240 págs.). Nele, Carter define esse perfil de homem com o que chama de “síndrome de perseguição/pânico”.
“Isso quer dizer que ele empreende uma perseguição incansável até sentir que o amor e a reação da mulher o deixaram encurralado no relacionamento — eternamente.
No momento em que isso acontece, sente o relacionamento como uma prisão que lhe provoca ansiedade; quando não, pânico total. Antes que a mulher saiba o que está acontecendo, o homem já começou a fugir do relacionamento, dela e do amor.”
Foi o que aconteceu com Luísa*, 31 anos, que até hoje não sabe explicar o que pôs fim a sua relação com Pedro*, um homem dez anos mais velho que ela conheceu na escola de inglês em que trabalhava. Charmoso e sedutor, Pedro foi insistente até convencê-la a sair com ele.
Durante os três meses em que ficaram juntos, ele a apresentou aos amigos e a levou para conhecer a avó, por quem havia sido criado desde que os pais morreram, quando era criança. Disse que era a primeira vez em muito tempo que levava alguém para conhecê-la. Tudo parecia bem e eles faziam planos de uma viagem a dois até a noite em que ele sumiu.
Eles haviam combinado que ele a pegaria no trabalho para irem jantar. E Pedro não apareceu. Luísa, em princípio, ficou preocupada. Ligou no celular. E no telefone da casa. Nada. Esperou quatro horas até que, ainda confusa com o sumiço, decidiu pegar um táxi e ir para casa. No dia seguinte, nada de notícias. Ele não atendia o telefone, não dava sinal de vida.
Luísa mandou e-mails, torpedos. Nada. Duas semanas depois, na porta da escola de inglês, viu Pedro com uma colega de trabalho, aos beijos. Descobriu que estavam saindo havia uma semana e que ele também a tinha levado para conhecer a avó — com a mesma conversa de que era a primeira mulher que levava lá.
Resolveu ligar, mais uma vez, para tentar entender o que havia acontecido. Mas ele não atendeu nem ligou de volta. Poucos meses depois, Luísa encontrou a tal colega de trabalho e soube que os dois não estavam mais juntos. Ainda muito ferida pela forma como aquele amor que parecia tão especial havia terminado, resolveu chamar a moça para um café.
Reviu o filme de seu relacionamento nas palavras daquela mulher. As mesmas histórias, as mesmas promessas, o mesmo sumiço. E, juntas, elas descobriram que não foram as primeiras a cair no charme de Pedro. E provavelmente não seriam as últimas.
Medo de intimidade A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, autora de diversos livros, entre eles Mentes perigosas — O psicopata mora ao lado (Fontanar, 210 págs.), também reconhece a existência desse tipo de homem que não consegue amar, um padrão de comportamento que ela chama de fobia afetiva.
Nesse cenário, ela explica que o homem (ou mulher, já que também estamos sujeitas a agir assim, apesar de ser mais raro) sofre na verdade de um profundo medo de rejeição. “Muitas vezes a pessoa quer aquela relação, mas não consegue lidar com a intimidade”, diz.
Mas como um homem com esse grau de insegurança seria capaz de se apresentar dono de si na hora da conquista? “Por serem profundamente inseguras, essas pessoas tendem a construir sua autoestima em cima de um personagem seguro, bem-resolvido, sociável.
Mas temem constantemente que, com a intimidade, sua verdadeira identidade, sua fraqueza, seja descoberta e elas sejam rejeitadas. O que ela faz, então, é terminar o relacionamento antes de levar o fora que acredita que vai levar”, afirma Ana Beatriz.
“Esse tipo de gente não tem noção de sentimento, de compaixão”
Outra possível explicação para esse tipo de comportamento, segundo a psiquiatra, é a dependência afetiva da paixão. É possivelmente onde se encaixam aquelas histórias de homens infiéis, que vivem trocando sempre uma pela outra. “Existem pessoas viciadas na paixão, naquela sensação de começo de relacionamento, na adrenalina.
É quase como uma dependência em drogas ou em álcool. Em geral, são aqueles que nunca toleraram a frustração, é como se a vida afetiva tivesse sempre que estar a 200 km/h. Quando o relacionamento começa a entrar na fase madura, quando a paixão vai virar amor, ele se desinteressa”, diz a especialista.
É aquele tipo que sempre encontrou o amor da sua vida, a cada vez que começa uma história acredita que dessa vez será diferente. Mas dificilmente é. “Não fazem isso de forma consciente, não entram na vida de alguém para fazer mal. Apenas se desinteressam porque a chama virou brasa”, completa ela.
A paixão, segundo algumas linhas de pesquisa, dura entre nove meses e dois anos. E o homem que vive só de paixões — não precisa ser um expert para saber — é um típico imaturo. Mas isso, ao contrário do que muita gente pensa, não é um desvio de caráter e sim uma deficiência em seu desenvolvimento emocional e psicológico.
É o correspondente masculino à mulher que vive em busca do homem perfeito, do príncipe encantando que não existe. Mas tanto esse caso como os dos fóbicos (ou medrosos do amor) podem ser “curados”. “Em geral, é difícil a pessoa enxergar sua dificuldade sozinha.
Mas como a base desse comportamento está em conflitos internos, uma vez resolvidas essas questões, em geral com terapia, eles podem se tornar homens prontos para o amor maduro”, diz a especialista.
Casos extremos: a psicopatia leve Pode não ser fácil, mas esses homens que não sabem amar são capazes de aprender a se ligar a uma mulher, já que eles têm a noção de sentimentos.
Entretanto, há casos extremos de homens que simplesmente são incapazes de amar. Podem até saber o significado da palavra amor, mas não conhecem a sensação que ele provoca — e isso não só no relacionamento amoroso.
Eles não se ligam de verdade a família, amigos, filhos, ninguém.
Nascem com um distúrbio, um erro no funcionamento mental que os torna incapazes de compreender sentimentos como empatia, culpa, remorso e amor. E a ausência desses sentimentos é o que caracteriza uma espécie bem mais nociva e perigosa de homens que não sabem amar: os psicopatas leves ou sociopatas.
Parece uma termologia exagerada, já que estamos acostumados a associar psicopatia a casos de assassinato em série, crimes passionais. Mas os primeiros capítulos do livro Mentes perigosas tratam justamente de um tipo de psicopata menos conhecido e, possivelmente, mais comum do que os que chegam aos jornais.
São tipos que dificilmente teriam coragem de matar alguém, mas que, assim como os outros, agem friamente em benefício de seus interesses sem se preocupar na consequência de seus atos a outras pessoas. “No campo dos relacionamentos amorosos, um psicopata usa qualquer pessoa como um instrumento ou troféu que ele se orgulha em exibir”, diz Ana Beatriz.
“São casos menos comuns do que os com outros tipos de deficiência afetiva, como a fobia ou a dependência afetiva da paixão, mas são também os mais nocivos.”
“Muitas vezes ele quer a relação, mas não sabe lidar com a intimidade”
Nesse padrão de comportamento, o homem é aquele que se mostra amoroso, carinhoso e atencioso até conseguir o que quer. Ele faz de tudo para alcançar seu objetivo, que pode ser material ou a necessidade de posse (muitas vezes confundida com amor excessivo).
Todo psicopata age num padrão de quatro etapas no processo de caça. Na primeira, ele estuda a vítima, conhece seus gostos, suas fraquezas. Ele em geral procura quem esteja fragilizado, porque é mais fácil de ser dominado.
Uma viúva recente, uma mulher que tenha saído de um relacionamento difícil, que tenha perdido um ente querido. Enfim, alguém que ele consiga manipular. Depois de estudar a vítima, ele começa a fase da absorção, na qual já sabe o que a vítima quer e faz tudo para satisfazê-la, ganhando, assim, sua confiança e seu amor.
É aqui também que começa o controle excessivo sobre ela, afastando-a dos amigos, do trabalho ou do que quer que seja que possa afastá-la dele e fazê-la desconfiar de suas intenções. O próximo passo é a exploração, em que o psicopata suga toda a energia psíquica e física de sua presa.
Ele reestrutura a vida da parceira de acordo com seus interesses. É nessa etapa que a mulher mais sofre, segundo Ana Beatriz, porque começa a perceber que ele não era quem parecia ser, mas ainda não sabe que está dormindo com o inimigo.
Acha que ele está infeliz e começa a fazer de tudo para agradá-lo com medo de perder aquele homem que tanto a ama. A última fase é chamada revelação e horror, quando o cara mostra o que realmente é.
Em geral, ocorre porque o psicopata já esgotou suas possibilidades naquela relação e encontrou outra vítima, ou então já tem um domínio tão grande sobre a mulher que sabe que mesmo mostrando sua crueldade não irá perdê-la — ou porque já tem um filho, ou por saber que ela depende dele financeiramente, ou ainda porque tem em mãos argumentos de chantagem.
“Esse tipo de gente não tem a noção de sentimento, de compaixão. É realmente um homem que não sabe o que é amor. E nunca saberá.”
Como identificar um homem que não consegue se comprometer
No início… • Ele investe pesadamente e parece estar mais interessado em você do que você nele
- • Tem um histórico conturbado com mulheres, mas a faz acreditar que com você será diferente
- • Faz tudo o que pode para impressioná-la: se tem dinheiro, gasta; se tem algum talento, o exibe; se é inteligente, mostra
- • Ele age como se precisasse mais de você do que você dele
Em pouco tempo… • As palavras e ações dele passam a ser cheias de mensagens ambíguas de uma hora para outra
- • Ele deixa claro que determinadas áreas importantes da vida dele, como amigos, família e trabalho, são “zonas proibidas” e exclui você de algumas ou da maioria delas
- • Foge dos eventos que incluam sua família e amigos e evita passar muito tempo com essas pessoas. É como se tivesse certeza de que alguém ali sabe alguma coisa negativa sobre ele
- • Ele pode deixar pistas de que está interessado ou até mesmo saindo com outra mulher • Se estiver saindo com outra mulher, mente garantindo que você é a pessoa mais importante da vida dele (apesar de não demonstrar isso em gestos) • Apesar de tudo o que diz, nada muda: ele não deixa o relacionamento avançar e
- se recusa a falar sobre isso
A estudante Camila*, 23 anos, aborda até hoje em suas sessões de terapia sua traumática experiência amorosa com um homem que se encaixa no perfil de psicopatas leves. O namoro, de sete meses, tinha como marca registrada a manipulação, o interesse e a frieza. Camila contou sua história a Marie Claire.
“Passei um bom tempo com a autoestima baixa, enquanto meu peso era inversamente proporcional. Eu estava gorda e isso me deixava insegura, carente e vulnerável. Quando Marcos* disse que me achava linda e que meu peso não importava, é claro que me conquistou. Ele não era bonito, mas era alto, forte, tinha um porte interessante.
A gente se conheceu por meio de amigos em comum e éramos ambos extrovertidos, gostávamos de balada, enfim, tínhamos afinidades. Eu sempre fui muito mais falante, falo até alto demais, chamo a atenção, mas ele dizia que achava esse o meu charme. Nossa primeira transa foi ótima, combinamos muito no sexo, e isso é algo que valorizo demais.
Não que eu tivesse tido muitos namorados antes dele, mas gosto de sexo e nos dávamos bem na cama; esse é o principal motivo pelo qual ficamos tanto tempo juntos, imagino. Além disso, toda mulher gosta de ser elogiada e eu ainda mais, pois era muito insegura em relação ao meu corpo.
De qualquer forma, em pouco tempo todos aqueles elogios desapareceram e esse meu jeito virou um defeito. Todas aquelas declarações de amor se transformaram em broncas, ciúme excessivo, sentimento de posse e manipulação. Em seguida, veio a implicância com meus amigos.
Além de pedir para eu me afastar de muita gente e das brigas cada vez que alguém deixava um recado no Orkut — tinha crises de ciúme até do meu sobrinho de cinco anos —, me queria só com ele, vivendo para ele, em tempo integral.
Sabotou meus regimes me levando lanches do McDonald’s ‘de surpresa, para me agradar’ e sabotou meus estudos me fazendo faltar no cursinho com chantagens emocionais. Quase me fez perder o vestibular, pois queria que eu ficasse em casa com ele. Foi esse ‘grude’ excessivo também que fez com que ele perdesse o emprego.
Ele já não ganhava muito, era auxiliar administrativo, era eu quem pagava tudo: nossas viagens, nossas saídas. Sempre foi, aliás. Nas primeiras vezes que saímos até dividimos a conta, mas quando eu comecei a querer ir a lugares mais bacanas, a baladas que ele não podia pagar, me ofereci para bancar e depois virou natural.
E ele também não fez muito esforço para conseguir outro emprego, não. Cheguei a levá-lo diversas vezes (ele não tinha carro, era sempre eu que dirigia) a entrevistas de emprego que ele não mostrava o mínimo esforço para conseguir.
Acho que esperava alguma ajuda do meu pai, parecia que achava nossa obrigação ajudá-lo — eu pagando as contas, já que ganhava uma boa mesada, e meu pai arranjando emprego para ele. E foi nesse meio-tempo que descobri que ele havia mentido quando disse que havia entrado na USP e trancado o curso no meio. Não tinha sequer terminado o colegial.
Mesmo assim, o incentivei a fazer supletivo, paguei a matrícula, me ofereci para estudar com ele. Era quase um parasita que paralisava minha vida, sugava minhas energias, meu amor, sem dar nada em troca. É claro que, na época, eu não percebia nada disso. Achava que ele me amava demais.
Na verdade, imaginava que nenhum outro homem poderia me amar tanto, tão baixa era a minha autoestima. Até o dia em que me obrigou a transar, mesmo eu dizendo que sentia dor — estava com uma infecção urinária fortíssima e o médico havia recomendando não ter relações sexuais por um tempo.
Parece que comecei a perceber que o que eu achava que era machismo era, na verdade, sadismo. Não se preocupava com o meu bem-estar. A ficha foi caindo aos poucos, eu tinha medo de ficar sozinha, me sentia culpada de deixar um homem que me amava tanto. Mas parece que aquela noite em que ele quis transar à força me fez perceber que havia chegado ao limite.
É claro que não foi fácil assim me livrar dele. Depois que terminei tudo ele passou a ligar para minha melhor amiga, para o meu cunhado e até para o meu pai se fazendo de coitado. Mas um dia explodiu, me ameaçou. Disse que era para eu ficar esperta, porque ele ia me pegar na faculdade e me matar. Disse que se não fosse dele, não seria de ninguém. Então meu pai me levou à delegacia da mulher, onde registramos queixa e a delegada me orientou a gravar as ligações, as ameaças, e avisar que estavam sendo gravadas. Consegui também uma ordem que o obrigava a se manter no mínimo 200 metros distante de mim. Meses depois, ele sumiu. Hoje, olhando para trás, vejo que me sentia culpada de terminar o relacionamento mesmo sabendo que me fazia mal. Me sentia culpada de fazê-lo sofrer porque eu realmente o amava. Não sei dizer se o que ele sentia por mim também era amor. Não consigo saber até hoje o que era. Na verdade, acho que ele não sabe o que é amor.”
As fotos desta reportagem são ilustrativas
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