
A síndrome da abstinência de ISRS aparece quando, depois de um medicamento ser consumido durante um tempo determinado, este é retirado de forma brusca. O organismo não consegue se adaptar a essa diminuição súbita de serotonina no espaço sináptico e surgem as náuseas, tremores, cefaleias, transtornos do sono…
Cabe mencionar, em primeiro lugar, que este tipo de condição não é muito comum. Os profissionais da saúde prescrevem medicamentos com uma série de orientações precisas para evitar este tipo de efeito adverso.
Contudo, às vezes a síndrome de abstinência pode aparecer mesmo quando a medicação não é interrompida de forma abrupta. Algumas pessoas experimentam este tipo de sintomatologia ao reduzir as doses do medicamento.
Quando uma pessoa vive esta situação, pensa que está sofrendo uma recaída. Por isso, pedem que seus médicos retomem o tratamento com os antidepressivos. É importante, portanto, conhecer todos os efeitos associados aos psicofármacos e entender a relevância de seguir cada orientação e recomendação dos especialistas.
Vejamos mais dados a seguir.
Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) são os mais receitados atualmente para o tratamento da depressão profunda ou dos transtornos de ansiedade.
O que é a síndrome da abstinência de ISRS?
Antes de nos aprofundarmos na síndrome da abstinência relacionada a estes medicamentos, é interessante lembrar o que são os ISRS. A sigla se refere aos inibidores seletivos da recaptação da serotonina, tipo de medicamento mais comum para tratar desde a depressão até os transtornos de ansiedade.
Se são receitados com tanta frequência, é porque seus efeitos colaterais são leves e transitórios. A sintomatologia adversa de medicamentos como a fluvoxamina, fluoxetina, sertralina e a paroxetina é muito baixa em comparação aos antidepressivos tricíclicos, cujos sintomas cardiovasculares e anticolinérgicos podem ser muito sérios.
Portanto, sabendo que são eficazes para o tratamento destas condições clínicas, existe um aspecto que não podemos deixar de lado: seu mecanismo de ação será benéfico sempre e quando levarmos em conta a correta administração e a adequada retirada da medicação.
Portanto, na hora de deixar um medicamento antidepressivo, é importante fazê-lo pouco a pouco, e nunca de forma brusca, para evitar a síndrome de abstinência de ISRS.
Por que surge a síndrome de abstinência de ISRS?
A serotonina é o neurotransmissor que, além de facilitar a comunicação entre as células do cérebro, interfere no bem-estar, motivação, comportamento social, memória, etc.
Quando uma pessoa sofre de depressão, a taxa de serotonina no espaço sináptico é particularmente baixa.
É como se o cérebro estivesse em um estado de hibernação no que se refere a este elemento químico.
A escassez de serotonina que existe é captada instantaneamente pelos neurônios pós-sinápticos. Desta forma, como explica uma pesquisa realizada na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e publicada na revista Salud Mental, o que os diferentes medicamentos ISRS fazem é bloquear essa recaptação e favorecer a acumulação de serotonina no espaço sináptico.
- Quando se faz um tratamento de várias semanas com ISRS, ocorrem mudanças no cérebro. Passam a existir menos receptores de serotonina para que este neurotransmissor permaneça mais tempo no organismo.
- Se retiramos o medicamento de forma brusca, várias coisas vão acontecer. A primeira é que o cérebro não terá a chance de se adaptar gradativamente à mudança, e será obrigado a fazê-lo de um dia para o outro. A forma que ele tem de fazer isso nunca é positiva.
- O segundo aspecto é que não apenas haverá menos receptores de serotonina, mas também não haverá um bom nível de serotonina no espaço sináptico, porque era o medicamento que propiciava este mecanismo. Portanto, a pessoa sofre uma queda brusca, e até uma intensificação quanto à sintomatologia depressiva.
Sintomas associados à síndrome de abstinência de ISRS
A sintomatologia associada à síndrome da abstinência de ISRS costuma variar bastante em cada caso. Cabe apontar que estes efeitos aparecem entre 1 e 10 dias depois de suspender a administração de um ISRS. Estes são os efeitos mais comuns:
- Tonturas
- Desconforto abdominal
- Diarreia
- Dificuldade para caminhar
- Náuseas e vômitos
- Fadiga
- Irritabilidade
- Cefaleias
- Insônia
- Dores musculares
- Sintomas semelhantes ao resfriado
- Parestesia (sensação de ardência, coceira ou de que algo se arrasta pela pele)
- Alucinações visuais
- Problemas de concentração
- Despersonalização
- Pensamentos negativos
Por fim, em casos mais graves podem ocorrer surtos psicóticos ou catatonias (a pessoa para de reagir ao seu entorno). Contudo, assim como apontamos no início, este tipo de síndrome não é muito comum.
Prevenção e tratamento
Os sintomas de abstinência de ISRS podem ser tratados retomando a dose original de ISRS ou reduzindo-a de forma adequada por um tempo determinado. Contudo, é algo que precisa ser decidido pelos médicos considerando cada caso particular.
Tudo isso nos obriga, sem dúvida, a lembrar mais uma vez a importância de prevenir este tipo de situação. Embora não aconteça com muita frequência, cabe apontar que nunca devemos tomar decisões arbitrárias e individuais no que se refere à administração ou retirada de um medicamento que tenha sido receitado.
Em geral, se o tratamento com um ISRS durou entre quatro e oito semanas, o ideal é ir reduzindo a dose gradativamente entre uma ou duas semanas até proceder à retirada completa. No caso do tratamento ter durado meses, a retirada será mais lenta e progressiva. Fazer isso de um dia para o outro implica encarar um estado claramente adverso.
Entenda mais sobre a síndrome de abstinência por antidepressivos
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O primeiro boletim Pílula Farmacêutica desta semana fala sobre os problemas causados pela síndrome de abstinência por antidepressivos.
Um deles é a abstinência causada, na maioria dos casos, pela interrupção abrupta de um tratamento de longo período. A falta dos medicamentos pode causar diversos sintomas indesejáveis, o que faz com que muitos pacientes não consigam parar de tomar o remédio.
A abstinência pode surgir entre 24 e 72 horas após a interrupção do tratamento, apresentando efeitos como ansiedade, insônia, irritabilidade, explosões de choro, distúrbios de humor e sonhos vívidos, além de sintomas neurológicos e motores como tonturas, vertigens, cefaleia, falta de coordenação motora, alterações de sensibilidade da pele e tremores.
O tratamento da síndrome de abstinência se resume em voltar a tomar o medicamento suspenso. Com o reinício do tratamento, os sintomas começam a melhorar já nas primeiras 24 horas. Para evitar que o quadro se repita, é necessário que as doses diárias sejam diminuídas gradativamente no decorrer de quatro a seis semanas, até que a interrupção completa possa ser realizada com segurança.
O boletim Pílula Farmacêutica é apresentado pelos alunos de graduação da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, com supervisão da professora Regina Célia Garcia de Andrade. Trabalhos técnicos de Luiz Antonio Fontana.
Ouça acima, na íntegra, o boletim Pílula Farmacêutica.
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Abstinência de antidepressivos | Artigo
Sintomas de abstinência de antidepressivos em geral são de leve a moderada intensidade, e incluem cefaleia, vertigem, irritabilidade, sensação de cabeça vazia, entre outros.
Grande número de pessoas faz uso de antidepressivos.
Nos últimos anos, os chamados inibidores da recaptação da serotonina têm sido o grupo de drogas mais empregadas no tratamento de distúrbios psiquiátricos como depressão, ansiedade, bulimia, estresse pós-traumático, obsessão-compulsão, disforias pré-menstruais e outros.
Pertencem a esse grupo medicamentos como fluoxetina (Prozac, Daforin, Eufor), paroxetina (Aropax), sertralina (Zoloft) e outros. O sucesso dessas drogas na clínica se deveu especialmente à tolerabilidade e segurança de uso em comparação com os antidepressivos empregados anteriormente.
Veja também: A depressão e os músculos
Síndrome de abstinência
- No entanto, um dos problemas mais frequentes associados ao uso desses inibidores é o aparecimento de síndrome de abstinência, quando sua administração é interrompida abruptamente.
- Fenômeno semelhante pode ocorrer com outros antidepressivos não pertencentes a esse grupo, como a venlafaxina (Efexor), mirtazapina (Remeron), etc.
- Síndrome de abstinência, aqui, é definida como “um conjunto de sinais e sintomas de instalação e duração previsíveis, que envolve sintomas psicológicos e orgânicos previamente ausentes à suspensão da droga e que desaparecem depois que ela foi reiniciada”.
Sintomas da síndrome
A abstinência à descontinuação abrupta dos inibidores da recaptação de serotonina, surge 24 a 72 horas depois da interrupção do tratamento e provoca os seguintes sintomas:
- Psiquiátricos: ansiedade, insônia, irritabilidade, explosões de choro, distúrbios de humor e sonhos vívidos;
- Neurológicos e motores: tonturas, vertigens, sensação de cabeça vazia, cefaleia, falta de coordenação motora, alterações de sensibilidade da pele e tremores;
- Gastrintestinais: náuseas, vômitos e alterações do hábito intestinal;
- Somáticos: calafrios, fadiga, letargia, dores musculares e congestão nasal.
O grande número de pessoas que faz uso de antidepressivos atualmente, deve estar informado de que os efeitos benéficos do tratamento pode levar até seis semanas para se tornar aparente, e que precisa ser continuado por períodos de seis meses a um ano, para evitar recaídas precoces.
Na ausência de tratamento esses sintomas desagradáveis costumam durar de uma a três semanas. Embora sejam discretos ou de moderada intensidade na maioria dos casos, às vezes podem se tornar mais intensos e serem confundidos com outras enfermidades.
A probabilidade de desenvolver a sintomatologia descrita é tanto maior quanto mais longa tiver sido a duração do tratamento. As reações geralmente estão associadas com durações de pelo menos quatro a seis semanas, mas podem acontecer depois de períodos de uso mais curtos.
Quanto mais rapidamente for excretado o antidepressivo, maior a probabilidade de surgir a síndrome. No caso de drogas como a fluoxetina que têm meia-vida (tempo necessário para eliminar metade da droga administrada) de 2 a 3 dias, os sintomas de abstinência podem instalar-se mais tardiamente (até uma semana depois da interrupção).
Duas a três semanas depois de instalados os sintomas da abstinência, costuma ocorrer um fenômeno conhecido como “rebote”: o reaparecimento dos sintomas psiquiátricos que levaram à indicação do medicamento.
Tratamento
O tratamento da síndrome de abstinência é óbvio: basta reiniciar a droga cuja retirada intempestiva foi responsável por ela.
Com o reinício do tratamento os sintomas começam a melhorar já nas primeiras 24 horas.
Para evitar a repetição do quadro, as doses diárias devem ser diminuídas gradativamente no decorrer de quatro a seis semanas, até que a interrupção completa possa ser realizada com segurança.
O grande número de pessoas que faz uso de antidepressivos atualmente, deve estar informado de que os efeitos benéficos do tratamento pode levar até seis semanas para se tornar aparente, e que precisa ser continuado por períodos de seis meses a um ano, para evitar recaídas precoces. Em caso de quadros depressivos que se instalam antes dos 20 anos de idade, em pacientes com recaídas múltiplas ou transtorno bipolar, o tratamento pode exigir mais tempo ainda, ou mesmo estar indicado para ser mantido pelo resto da vida.
Durante esse período é fundamental que as doses diárias sejam tomadas com regularidade, porque os sintomas de abstinência podem surgir depois de apenas dois ou três dias de interrupção.
Quais consequências da interrupção do tratamento com antidepressivos?
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Neste artigo falaremos sobre uma publicação do New York Times e discutiremos a retirada das medicações antidepressivas dos pacientes em tratamento.
Um dos problemas atuais da retirada é um efeito de descontinuação (ou abstinência) da medicação, que pode demorar meses para passar.
Alguns dos sintomas apresentados podem ser crises de ansiedade, insônia e uma sensação de “choque” no cérebro.
Interrupção do tratamento com antidepressivos
O desafio é entender quando tais sintomas fazem parte do efeito da retirada/abstinência do remédio ou quando podem ser sinais de recorrência do transtorno de base. Isso ainda é controverso, mesmo entre importantes psiquiatras de instituições respeitáveis pelo mundo.
Muitos médicos ainda resistem a admitir os efeitos da retirada da medicação, mas em um artigo recentemente publicado no Lancet Psychiatry já se propõe uma retirada ainda mais gradual, ao longo de meses ou anos.
Atualmente a descontinuação da terapia medicamentosa ocorre ao longo de algumas semanas (geralmente quatro). Um dos autores do artigo publicado no periódico admite que já viu pacientes interromperem a medicação de forma abrupta, sem apresentarem qualquer efeito colateral.
Contudo, uma parcela dos pacientes necessita de redução muito mais gradual.
LEIA TAMBÉM: Podemos antecipar a resposta aos antidepressivos?
Há poucos estudos bem conduzidos sobre a retirada dos antidepressivos, apesar de o uso a longo prazo ter aumentado (em alguns países, até dobrado) nas últimas décadas.
Alguns médicos e pesquisadores concordam com o resultado da pesquisa e afirmam que na prática clínica já vinham observando esses efeitos e conduzindo o paciente dessa mesma forma que o estudo propõe.
Dentre outras questões, alguns médicos destacam como essa conclusão termina por validar a experiência dos pacientes com o tratamento.
Uma das razões que motivou a pesquisa foi a própria experiência de um dos autores que admitiu ter sofrido dificuldade para descontinuar seu tratamento após 15 anos de farmacoterapia.
A pesquisa foi iniciada por meio da visita de fóruns online em que pacientes em uso de antidepressivos recomendavam uns aos outros como interromper a medicação.
Nesse ambiente era comum a recomendação de redução de “micro-doses”, diminuindo a dose em quantidade progressivamente menores ao longo de meses ou anos. Após essa fase, os pesquisadores procuraram a devida literatura sobre o assunto.
Um estudo japonês de 2010 concluiu que 78% dos pacientes que tentaram descontinuar a paroxetina tiveram importantes sintomas de retirada/abstinência.
Quando a redução foi feita entre um período de nove meses a quatro anos, apenas 6% apresentaram os sintomas. Já num estudo holandês de 2018, 70% dos pacientes tiveram problemas para descontinuar a paroxetina ou a venlafaxina.
Essa taxa também foi reduzida com a diminuição gradual e mais lenta da dose.
Leia mais: Quais são os medicamentos mais eficazes para tratar a ansiedade?
Estudos de neuroimagem podem reforçar essa nova proposta.
Medicações como paroxetina, venlafaxina e sertralina possuem como uma das suas atividades o bloqueio do transportador de serotonina, prolongando sua presença na fenda sináptica, aumentando seu efeito.
O trabalho observou que a inibição do transportador aumenta drasticamente com o uso da medicação ou o aumento da dose, mas também cai de forma drástica com a redução da dose.
Com isso, é possível questionar a técnica padrão de desmame, que geralmente consta de reduzir a dose pela metade e interromper o uso após quatro semanas.
Os pesquisadores afirmam que há necessidade de mais estudos sobre o assunto para desenvolver não apenas estratégias para a retirada, mas também para avaliar um padrão de reação individual.
Take-home message
Na minha experiência clínica, procuro conversar com os pacientes e avalio tanto o tempo de uso da medicação, como os fatores psicossociais envolvidos naquele momento da vida e a resistência do próprio paciente em manter ou retirar a medicação. De acordo com isso, costumo propor uma redução mais gradual da dose e a reavaliação do paciente um tempo depois com a dose menor.
Se o paciente estiver bem adaptado, seguimos a redução gradual até a interrupção total da farmacoterapia. Há pacientes que desejam interromper a medicação com maior rapidez.
Nesses casos, é possível seguir o protocolo.
Sempre avalio o paciente durante ou após a retirada para perceber como se mantém sem a medicação, se há a presença de recaída, rebote ou abstinência ou se é possível manter a retirada.
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Autor:
Referências:
- https://www.nytimes.com/2019/03/05/health/depression-withdrawal-drugs.html
Como Aliviar a Abstinência de Antidepressivos
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Este artigo foi escrito em parceria com Tasha Rube, LMSW. Tasha Rube é uma Assistente Social em Kansas City, Kansas. É colaboradora do Dwight D. Eisenhower VA Medical Center em Leaverworth, Kansas. Recebeu seu título de Mestra em Assistência Social pela University of Missouri em 2014.
Há 25 referências neste artigo. Você pode encontrá-las ao final da página.
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1
Consulte o seu médico antes.[1] Sempre discuta a suspensão do medicamento com o profissional antes de tomar qualquer atitude. Não é recomendado parar de tomá-lo sem a supervisão do médico. Ele pode aconselhá-lo sobre como diminuir a dosagem e suspender o medicamento com segurança.
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2
Discuta os riscos com o profissional. Antes de parar de tomar o remédio, converse sobre os riscos da suspensão com o médico que o receitou. Conheça bem como será o processo antes de iniciá-lo.[2] Converse com ele se há ou não riscos médicos da abstinência do medicamento.
- Pense bem se deve mesmo suspendê-lo se estiver no meio de uma situação estressante, como o término de um relacionamento, mudanças na carreira ou de residência. Adie a suspensão até estar novamente estável e saudável emocionalmente.
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3
Evite parar de uma vez só. Essa é uma das formas de parar de usar outras substâncias, mas não é recomendado de forma alguma com medicamentos antidepressivos. Os médicos normalmente diminuem a dosagem, ou seja, você passa a tomar menos gradualmente.[3]
- O processo deve ser todo monitorado pelo médico que receitou o remédio. Geralmente, recomenda-se que os pacientes tomem medicamentos por seis a nove meses antes de parar.
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4
Reconheça os sintomas físicos da abstinência. Tais sintomas variam dependendo de fatores individuais e do medicamento, mas existem alguns que são comuns para a maioria dos pacientes. Você pode estar tendo abstinência se tiver os seguintes sintomas:[4][5]
- Náusea ou vômito;
- Cólicas estomacais;
- Diarreia;
- Perda de apetite;
- Dificuldade de regular a temperatura corporal (suor excessivo, ondas de calor);
- Insônia, aumento de pesadelos;
- Dificuldades com equilíbrio;
- Tontura;
- Tremores, pernas inquietas;
- Sensações de formigamento, zumbido no ouvido, choques;
- Sintomas parecidos com gripe.
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5
Identifique sintomas emocionais da abstinência. Além dos físicos, os emocionais também ocorrem com frequência. Fique de olho nos seguintes sintomas:[6][7]
- Depressão;
- Ansiedade elevada;
- Agitação;
- Agressão;
- Irritabilidade;
- Confusão;
- Oscilações de humor;
- Alucinações;
- Manias.
-
1
Escreva por que decidiu parar de tomar o medicamento antes de tomar qualquer atitude.
[8] Talvez você sinta que está emocionalmente indiferente ou talvez sinta falta de ter uma libido normal, queira tratar a depressão sem medicamentos ou use remédios naturais em vez de clínicos.
Independentemente dos motivos, escreva-os e leia-os sempre que tiver dificuldade com os sintomas da abstinência.
- Pense nessa lista como uma motivação para continuar, mesmo quando se deparar com os sintomas desagradáveis da suspensão do remédio.
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2
Escreva em um diário. Durante o processo de suspensão, recomenda-se registrar os sintomas e como eles progridem, diminuem ou mudam. Compartilhe o diário com o médico ou terapeuta para monitorar os sintomas da abstinência.[9]
- Você também pode usar esse diário para prever qualquer sintoma quando estiver diminuindo a dosagem, como por exemplo, se tem dor de cabeça três dias depois de diminuir a quantidade que normalmente toma.
-
3
Observe a duração dos sintomas. Normalmente, eles desaparecem dentro de algumas semanas.[10] No entanto, se durarem mais ou se forem muito graves, entre em contato com o médico e discuta suas opções de tratamento. Pode ser necessário ajustar a dosagem ou desacelerar o processo.
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4
Pergunte ao médico sobre o tratamento dos sintomas. Algumas pessoas têm problemas mais graves do que outras durante a suspensão do medicamento. Se os seus forem impossíveis de suportar, pergunte ao profissional o que ele recomenda para tratá-los. Alguns médicos recomendam outros remédios para ajudar com a insônia ou náusea.
- Você pode encontrar remédios naturais ou medicações sem receita. Para tratar a dificuldade de dormir, experimente usar melatonina.[11] Adicione um pouco de gengibre na comida ou no chá para tratar a náusea.[12]
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5
Entenda que você não é dependente de substâncias. É normal ter sintomas de abstinência – isso não significa que você tem dependência no medicamento antidepressivo. O vício ocorre quando você deseja descontroladamente certas substâncias e precisa aumentar a quantidade do uso para ter sensações ou reações.[13] O seu corpo só está se ajustando aos diferentes níveis de medicamento.
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6
Respire profundamente. Foque na respiração quando estiver sentindo qualquer desconforto. Se tiver emoções ou sensações físicas intensas, a respiração profunda pode ajudar a aliviar tal intensidade,[14] além de também aliviar a tensão no corpo e na mente.[15]
- Quando a intensidade o sobrecarregar, pare o que estiver fazendo e foque toda a sua atenção na respiração. Feche os olhos e aumente o tempo de inalação e expiração. Perceba qualquer mudança em como você lida com o desconforto – se você o esqueceu momentaneamente ou como se sente depois disso.
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7
Pratique exercícios de consciência. Se sentir desconforto ou dor, envolva a sua mente no processo. Se alguma parte do corpo dói, foque em outra parte do corpo que não está doendo. Foque nessa sensação de relaxamento e concentre-se mais nela do que na dor.[16]
- Tente fechar os olhos e imaginar que está no seu lugar preferido. Pode ser uma praia, o topo de uma montanha ou um campo esportivo. Imagine-se nesse local e foque toda a atenção em criar essa imagem e não no desconforto.
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8
Controle o estresse sem deixá-lo se acumular. Separe um tempo todos os dias para ficar em um ambiente relaxante. Faça uma caminhada, medite, leia ou ouça música. Dedique um tempo para essa atividade todos os dias para lidar com o estresse diário, pois essa é a sua oportunidade para tirar uma folga de todas as responsabilidades e focar no autocuidado.[17]
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1
Faça psicoterapia. Menos de 20% dos usuários de antidepressivos fazem terapia. O tratamento pode ser benéfico durante a suspensão do medicamento como uma forma de prevenir uma recaída, pois os pacientes que fazem terapia têm menos chances de ter recaídas.[18]
- A terapia é uma forma eficaz de lidar com a recuperação e prevenir a depressão. O tratamento pode ajudá-lo a identificar os estímulos da depressão e a descobrir formas de lidar com os sentimentos e o estresse que contribuem para o problema.[19]
-
2
Busque ajuda social. O processo de suspensão pode ser difícil, e não há problema algum em falar sobre o desconforto que está tendo. Desabafe com um amigo, parente ou parceira sobre as suas dificuldades. Pode ser reconfortante saber que existe alguém próximo que entende o que você está passando e que pode apoiá-lo.[20]
- Participe de uma comunidade on-line de outras pessoas que também estão passando pelo mesmo processo. Pode ser útil se unir a pessoas que estão lidando com experiências semelhantes.
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3
Exercite-se. A prática de exercícios físicos pode tratar a depressão de maneira tão eficaz quanto os medicamentos.
[21] Além disso, as pessoas que se exercitam três ou mais vezes por semana têm menos chances de ter relapsos depois da recuperação da depressão.
O exercício permite que a serotonina esteja mais presente para encontrar as células receptoras, portanto, pode compensar as mudanças que está ocorrendo no seu corpo durante a diminuição da dosagem do medicamento.[22]
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4
Tenha uma alimentação balanceada. Alguns alimentos estimulam e melhoram o humor, enquanto outros apresentam o efeito contrário. Ajude o seu corpo no processo de transição consumindo alimentos nutritivos.[23] Comer refeições pequenas e equilibradas durante o dia pode ajudá-lo a lidar com problemas como oscilações de humor.[24]
- Modere o consumo de açúcar e evite o álcool e a cafeína.
-
5
Vá ao médico quando completar a suspensão do medicamento. Converse sobre os sintomas ou preocupações que você tiver ou sobre os sintomas de depressão, se tiverem retornado, e como você está lidando com eles.[25]
Mestra em Trabalho Social
Este artigo foi escrito em parceria com Tasha Rube, LMSW. Tasha Rube é uma Assistente Social em Kansas City, Kansas. É colaboradora do Dwight D. Eisenhower VA Medical Center em Leaverworth, Kansas. Recebeu seu título de Mestra em Assistência Social pela University of Missouri em 2014.
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Pessoas que tomam antidepressivos descobrem que não podem parar com a medicação » Panorama Farmacêutico
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- Um dos maiores riscos do uso de antidepressivos é a síndrome de abstinência: muitos dos que tentam parar de tomar a medicação dizem que não conseguem, devido a sintomas sobre os quais nunca foram avisados.
Isso é certamente um problema, principalmente quando levamos em conta que cada vez mais pessoas estão tomando antidepressivos: de acordo com um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), a população brasileira é a mais deprimida da América Latina. Um levantamento realizado pela SulAmérica em 2016 mostrou que, em seis anos, houve um salto de 74% no número de antidepressivos adquiridos pelos seus segurados.
Além disso, o The New York Times informou que o uso de longo prazo deste tipo de medicação está crescendo nos Estados Unidos, de acordo com uma análise de dados federais: cerca de 15,5 milhões de americanos estão tomando os medicamentos há pelo menos cinco anos, uma taxa que quase dobrou desde 2010 e mais do que triplicou desde 2000.
Uso de longo prazo: o que sabemos?
Os remédios têm de fato ajudado milhões de pessoas a aliviar a depressão e a ansiedade, e são considerados marcos no tratamento psiquiátrico. Muitas pessoas, inclusive, param com os medicamentos sem problemas significativos. Mas o aumento do uso de longa data tem criado um problema crescente de abstinência.
Os cientistas há muito esperavam que alguns pacientes pudessem experimentar sintomas de abstinência se tentassem parar, a chamada “síndrome de descontinuação”. No entanto, esse efeito colateral nunca foi o foco de fabricantes de medicamentos ou reguladores governamentais, que apenas assumiam que os antidepressivos não eram viciantes e faziam mais bem do que mal.
- A questão é que esses medicamentos inicialmente foram aprovados para uso a curto prazo, seguindo estudos que normalmente duravam cerca de dois meses.
- Estudos posteriores sugeriram que a “terapia de manutenção” – uso da medicação a longo prazo e muitas vezes em aberto – poderia prevenir o retorno da depressão em alguns pacientes, mas esses estudos raramente duravam mais de dois anos.
- Mesmo hoje, há poucos dados sobre os efeitos dessas drogas nas pessoas que as usam há anos, embora já existam milhões de usuários que estão tomando antidepressivos há muito tempo.
- E se eu quero parar?
- A maioria dos médicos concorda que um subconjunto de usuários se beneficia de uma prescrição vitalícia, mas discorda sobre o tamanho desse grupo.
De acordo com o psiquiatra Dr. Peter Kramer, existe uma questão cultural em jogo: quanta depressão as pessoas devem ter para receber esses tratamentos, que às vezes proporcionam uma qualidade de vida muito melhor?
De fato, os remédios são importantes para muitos pacientes, mas não são inofensivos: comumente causam entorpecimento emocional, problemas sexuais como falta de desejo ou disfunção erétil e ganho de peso. Os usuários de longo prazo relatam um mal-estar que é difícil de medir: a pílula diária os deixa duvidando de sua própria resiliência.
Sem contar os pacientes que querem parar de tomar as drogas e não conseguem. Em uma pesquisa recente com 250 usuários de longo prazo de drogas psiquiátricas, mais frequentemente antidepressivos, cerca de metade classificaram sua abstinência como grave.
Em outro estudo com 180 usuários de antidepressivos de longa data, sintomas de abstinência foram relatados por mais de 130. Quase metade disse que se sentiam viciados, e muitos criticaram a falta de informação em relação a tais sintomas antes de começar a tomar o medicamento.
- Os sintomas de abstinência
- Já em meados da década de 1990, os principais psiquiatras reconheceram a abstinência como um problema em potencial para pacientes tomando antidepressivos modernos.
- Em uma conferência em Phoenix, nos EUA, em 1997, um painel de psiquiatras acadêmicos produziu um longo relatório detalhando os sintomas, como problemas de equilíbrio, insônia e ansiedade, que desapareciam quando pacientes voltavam a tomar a medicação.
Mas o assunto logo desapareceu da literatura científica. Os governos não deram atenção à situação, vendo a depressão desenfreada como um problema maior.
- Os fabricantes de medicamentos têm ainda menos incentivo para realizar estudos caros sobre a melhor maneira das pessoas pararem de usar seus produtos.
- Então não sabemos como parar
- Como resultado, os médicos não têm uma boa resposta para as pessoas que lutam para largar drogas psiquiátricas – não existe nenhuma diretriz respaldada cientificamente, nenhuma maneira de determinar quem está em maior risco de passar pela síndrome de abstinência e nenhuma maneira de adaptar estratégias apropriadas para cada indivíduo.
- “Algumas pessoas estão essencialmente estacionadas tomando essas drogas por conveniência, porque é difícil lidar com a questão de retirá-las”, disse Anthony Kendrick, professor de cuidados primários da Universidade de Southampton na Grã-Bretanha.
Os fabricantes dos medicamentos não negam que alguns pacientes sofram sintomas severos quando tentam se livrar dos antidepressivos.
“A probabilidade de desenvolver síndrome de descontinuação varia de acordo com os indivíduos, o tratamento e a dosagem prescrita”, disse Thomas Biegi, porta-voz da Pfizer, fabricante de antidepressivos como Zoloft e Effexor.
No entanto, ele disse que a empresa não pode fornecer direcionamentos sobre o melhor curso de diminuição da dose porque não os tem.
Já a Eli Lilly disse em um comunicado que a empresa “continua comprometida com Prozac e Cymbalta e sua segurança e benefícios, que têm sido repetidamente afirmados pela Administração de Drogas e Alimentos dos EUA”, e não quis divulgar estatísticas sobre sintomas de abstinência.
Precisamos de pesquisas e ensaios clínicos
Espera-se que pelo menos algumas das questões mais prementes sobre a abstinência de antidepressivos sejam respondidas em breve.Um es tudo da Universidade McMaster na Nova Zelândia concluiu recentemente o primeiro teste rigoroso e de longo prazo sobre o assunto.
A equipe recrutou mais de 250 pessoas em três cidades que vinham tomando Prozac por um longo período e estavam interessadas em diminuir a dose. Dois terços do grupo estavam usando a medicação há mais de dois anos e um terço há mais de cinco anos.
A equipe dividiu os participantes aleatoriamente em dois grupos: metade passou a receber uma cápsula por dia que, durante um período de um mês ou mais, continha quantidades progressivamente menores do fármaco ativo, e a outra metade continuou a receber sua dosagem regular enquanto pensava que a estava diminuindo.
Os pesquisadores acompanharam os dois grupos por um ano e meio. Enquanto ainda estão trabalhando nos dados, uma coisa já ficou clara: os sintomas de abstinência vistos eram tão graves que alguns pacientes não suportaram parar de tomar o medicamento.
- Mesmo com uma redução lenta de um remédio com uma meia-vida relativamente longa, essas pessoas tiveram reações tão significativas a ponto de atrapalhar suas vidas diárias e precisarem reiniciar a droga.
- Esperando pelo socorro
- Por enquanto, as pessoas que não são capazes de parar de tomar tais medicamentos apenas seguindo o conselho médico estão recorrendo a um método chamado microdosagem: elas fazem pequenas reduções de suas doses por um longo período de tempo, muitas vezes meses ou anos, a fim de diminuir aos poucos os sintomas de abstinência.
- Com uma quantidade grande de pacientes passando pelo mesmo problema no mundo todo, a esperança é de que os governos finalmente assumam o problema e financiem mais estudos como o último neozelandês, a fim de chegarmos a boas soluções para a descontinuação de antidepressivos.
- Fonte: Rádio Educadora Am 90.3
Abstinencia de los antidepresivos
La abstinencia de los antidepresivos es un problema que puede suceder si usted deja de tomar su medicamento antidepresivo con demasiada rapidez. Puede hacer que se sienta enfermo.
- Este problema en ocasiones se conoce como “síndrome de discontinuación de antidepresivos” o “síndrome de discontinuación de ISRS”.
- Los síntomas pueden ser desagradables, pero no suelen durar mucho tiempo.
- Tener síntomas de abstinencia no significa que usted sea adicto al medicamento.
La mayoría de los antidepresivos deben dejarse de usar gradualmente. Los médicos lo llaman “reducción progresiva”. Las personas que toman antidepresivos no deberían detener ni reducir su uso sin la ayuda de un médico.
Para la mayoría de las personas con depresión, llega un momento en que les gustaría dejar de tomar sus antidepresivos. Sin embargo, detener su uso demasiado rápido a veces puede hacer que una persona se sienta físicamente enferma por un tiempo. Esto les sucede a algunas personas, pero no a otras. Incluso puede sucederles a personas que siguen un plan de reducción progresiva.
Los expertos no están seguros de la razón por la que esto ocurre. Los antidepresivos funcionan reequilibrando algunas de las sustancias químicas del cerebro. Así que cuando se dejan de usar de repente, es posible que el cerebro no tenga tiempo para acostumbrarse al cambio.
Los síntomas suelen comenzar al cabo de 3 días de dejar de tomar el medicamento. Los síntomas pueden ser inquietantes, pero no son peligrosos. Suelen durar solo una o dos semanas.
Los síntomas pueden incluir una sensación de tener gripe. Usted puede:
- Sentirse muy cansado.
- Tener dolores musculares.
- Tener dolor de cabeza.
- Tener diarrea.
También es posible que:
- Tenga problemas para dormir.
- Tenga malestar estomacal.
- Se sienta mareado o aturdido.
- Tenga una sensación de hormigueo, ardor o punzadas en la piel.
- Se sienta ansioso.
Hable de sus síntomas con su médico. Él o ella podría querer asegurarse de que usted no tenga algún otro problema.
Si dejó de tomar su antidepresivo repentinamente, su médico podría decirle que vuelva a tomarlo. Pero esta vez, su médico le dará un plan para reducir su uso progresivamente. Con este plan, usted toma dosis de su medicamento cada vez menores hasta dejar de tomarlo por completo.
Si ya está siguiendo un plan de reducción progresiva y tiene síntomas, el médico tal vez haga cambios a su plan para que sea más lento.
Si usted y su médico acuerdan que usted se siente bien y que es probable que siga sintiéndose bien si deja de tomar el medicamento:
- Siga cuidadosamente su plan de reducción progresiva. Esto puede ayudar a limitar los problemas de la abstinencia. También puede ayudar a reducir la probabilidad de que la depresión regrese.
- Vigile sus síntomas. Lleve un diario de síntomas y compártalo con su médico. Su médico puede cambiar su plan de reducción progresiva para asegurarse de que usted se sienta cómodo.
- Informe a su médico de inmediato si los síntomas de la depresión regresan.
- Warner CH, et al. (2006). Antidepressant discontinuation syndrome. American Family Physician, 74(3): 449–456. http://www.aafp.org/afp/2006/0801/p449.html. Accessed December 11, 2014.
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